segunda-feira, 2 de agosto de 2010

“Palavras-cantigas de ninar”

Um mantra ecoa nas notas (musicais) de Katherine Funke: viver cada instante em si, com o tempo que lhe é próprio, sem se deixar arrastar pela velocidade imposta pelo cotidiano. A escrita como uma ferramenta de aperfeiçoamento do ser produz “palavras-cantigas de ninar” (“Kappus, hoje”). Katherine captura o mundo com um olhar distanciado, mas deixa sua marca pessoal ao desmontar as máquinas indutoras de automatismos da percepção. Uma sabedoria selvagem emerge destes aforismos, microcontos, crônicas em cápsulas e minirreportagens poéticas. Neles, a escritora constrói um retrato do tempo como uma viagem na qual somos todos “efêmeros passageiros suspensos na direção de seus destinos, seus acasos, seus passados, seus futuros” (“Congonhas”). “Notas mínimas” se insere na tendência, que veio para ficar, de trabalhos literários testados primeiro em meio eletrônico e, sucedaneamente, editados em livro.

Orelha que escrevi para o livro de estreia da catarinense-baiana Katherine Funke. "Notas mínimas" será lançado durante a 21ª Bienal do Livro de São Paulo, no dia 13 de agosto (sexta), às 18h,
no estande da
Solisluna Editora (Rua L, n° 50).
A autora também estará circulando por Paraty durante a 8ª Flip,
com seu belo livro recheado de ilustrações de Enéas Guerra.
Um lançamento em Salvador também está por ser marcado.

3 comentários: