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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

DEBATE NA REFAZENDA ENTRE A CANDIDATA-TOMATE E O CANDIDATO-ABACATE


DEBATE NA REFAZENDA 

ENTRE A CANDIDATA-TOMATE 
E O CANDIDATO-ABACATE




A refazenda aguardava
o começo do debate.
Olhos e ouvidos atentos
perante do grande embate
o quinto e último ato.
Em final de campeonato
não pode existir empate.

Era claro o desconforto
da candidata-tomate:
parecia rabanete 
seguindo para o abate.
Também era perceptível
o aspecto apreensivo
do candidato-abacate.

Ali se decidiria
o destino das lavouras
pela próxima estação,
pelas gerações vindouras
(pelos séculos dos séculos?).
Legumes contra tubérculos,
cebolas contra cenouras.

O candidato-abacate
iniciou o argumento
mostrando nas estatísticas
baixíssimo crescimento.
- “A safra tem sido fraca
graças a essa bruaca.
Basta tanto sofrimento.”

A resposta foi batata:
- “Na gestão do meu partido
nunca faltou cesta básica.
Mas jamais foi esquecido
que, quando aqui governou,
seu grupo quase deixou
o país-pomar falido.”

Ele não deixou por menos,
duro e seguro sorriu.
- “Dados deste dossiê
provam que houve desvio
de verba da irrigação.
Rios e rios de corrupção 
foi tudo o que a horta viu.”

Alface dela ficou
completamente escarlate,
mesmo que dissimulasse.
A candidata-tomate
tomou um gole de água,
conteve uma lagrimágoa,
organizou o rebate.

- “Como o senhor nos explica
a existência de um iate
em seu nome, incompatível?
Sonegação-socialaite
indigna de um candidato!
Não merece ter mandato
pilantra desse quilate!”

- “Calúnia! Levyandade!”,
ele quis se defender.
- “Fica mudando de assunto,
pois fracassou no poder.
Pergunte a qualquer verdura
como a vida anda dura.
Tudo é culpa de você!”

E questionou se ela tinha
projeto para o combate
ao tráfico de agrotóxico...
Como faria o resgate
dos valores da família?...
- “Você e sua quadrilha
não vencerão o debate.”

Com esse tempero forte
tornou-se acre o negócio:
o Ruim versus o Pior.
O povo não é beócio:
diante de uma salada
amarga, insossa, estragada,
prefere não ficar sócio.

Mas os patrocinadores
mantém o canal no ar
plantando boato e escândalo 
(tudo em se plantando dá),
pra que aqui na refazenda
a distribuição de renda
possa sempre preocupar.


Wladimir Cazé


9-10/10/2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014


  
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Conheça {INTERVENTURAS}, uma série de conversas com escritores e leituras crítico-criativas de seus trabalhos. {INTERVENTURAS} é uma produção independente de CLIPOEMS (Vídeos Experimentais e Música) & LABOR.POET.CO (Laboratório Crítico-Criativo de Poéticas Contemporâneas.

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sábado, 5 de abril de 2014


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quinta-feira, 3 de abril de 2014



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quarta-feira, 2 de abril de 2014


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sexta-feira, 27 de setembro de 2013


poema-colagem, Wladimir Cazé, 2013,
a partir de arte de Pedro Drummond para editora Record, 1996

quarta-feira, 14 de agosto de 2013



Para algumas Pessoas existe,
na cidade, uma praça
(praças são pessoas)
que atrapalha a passagem de carros
(que são pessoas)
que precisam de velocidade
e não têm tempo a perder no trânsito
(de pessoas-carro e pessoas-pessoa)
nem podem parar para
que pessoas-pessoa possam passar.
Por isso  ̶  dizem tais Pessoas  ̶ ,
é urgentemente necessário
avenidar de uma vez essa praça
para que os carros-pessoa
possam passar no espaço que ocupa
a praça-pessoas que os atrapalha.
É assim que a cidade (que são pessoas)
precisaria destruir uma parte de si-dade
para deixar passar a outra parte da cidade-pessoas
= tirar parte do espaço que é usado por pessoas-cidade.
E dessa ideia Pessoas que se julgam donas
da cidade (mas isso Elas não dizem)
tentam convencer as pessoas-cidade
: de que seria igual vantagem para todos
(praça-pessoas, carros-pessoa, cidade-pessoas)
se aquela praça simplesmente evaporasse.
E que sobre a terra sobrasse asfalto,
já que para carros falta espaço.
E se enfiassem sob a terra num buraco
(túnel) (catacumba) (túmulo)
(mas isso Elas também não dizem)
pessoas que por pessoas
(sem faixa zebrada) (sem semáforo)
se passar acaso ainda ousassem.

terça-feira, 18 de junho de 2013

"Seek transit"


poema-colagem
(a partir de poema visual de José Paulo Paes, "Sick transit", 1973)
Wladimir Cazé (18/06/2013)

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sábado, 18 de maio de 2013

5 poemas meus - 2 do livro "Macromundo" (2010) e 3 do livro "Microafetos" (2005) - saíram na edição de hoje (18/05/2013) do caderno "Pensar" do jornal "A Gazeta" (Vitória/ES)

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013



Só o som sob os homens (2013)
EP produzido por Heitor Dantas entre setembro de 2008 e outubro de 2009 no Estúdio Menasnota (Salvador/BA). 

"Barata", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 

"Somos som", poema de Wladimir Cazé e Heitor Dantas sonorizado por Heitor Dantas 
"Caracol", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Gumes de sal e de luz", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Valsa", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Mãe café", poema de Wladimir Cazé e Heitor Dantas sonorizado por Heitor Dantas 

"Gumes de sal e de luz" pertence ao livro Microafetos, de Wladimir Cazé (Edições K, 2005)
"Barata", "Caracol" e "Valsa" pertencem ao livro Macromundo, de Wladimir Cazé (Confraria do
Vento, 2010)

vetorica@gmail.com

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

‎"Aurora", de Carlos Drummond de Andrade



‎"Aurora", poema de Carlos Drummond de Andrade (do livro "Brejo das Almas", 1934)

Texto do poema: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/carlos-drumond/aurora.php

Câmera e som: João Mauro Uchôa

Leitura: Wladimir Cazé

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 (algumas fotos, um vídeo e um poema de Rodrigo Caldeira)



Com Saulo Ribeiro e Thiago "Kelber" Fernandes,
Buenos Aires, janeiro

"A filha do Imperador que foi morta em Petrolina"
(folheto de cordel, Edições K, 2004)
Texto e leitura: Wladimir Cazé
Imagens: Thiago "Kelber" Ferreira
Filmado en la Recoleta, Buenos Aires, janeiro 2011


Com Wilson Javier Cardozo,
Montevideo (Uruguay), janeiro

Com Carlos Drummond de Andrade e Rodrigo Caldeira,
Itabira (MG), 21 de abril


O leitor poeta | a Wladimir Cazé

Como um animal faminto, devora no silêncio,
palavra por palavra, a memória dos outros.
Regozija a página vencida, mas busca,
olhos em chamas, mais uma conquista.

Atributo de homem sereno, sem pressa.
O tempo noturno te absorve aos poucos.
Vista cansada não te aflige, quer o final.
Se poesia, quer o poema que te devore.

A leitura come sua criação, em demasia.
Não escreve mais nenhum afetomundo.
Vive precocemente a alegria de Cabral,
para quem a leitura era único alívio.

Em tempo te desafio: inverta o título.
Anteveja o poeta, depois o leitor.
Sentinela que é da noite confidente,
cumpra a sina do porvir: vigia e relata.

Rodrigo Caldeira



Com Jamille Ghil e Ítalo Galiza, na rádio Universitária,
Vitória (ES), 22 de junho

Com o poeta Leandro Jardim, Rio de Janeiro, julho

Com Saulo Ribeiro, Biblioteca Pública do Espírito Santo,
Vitória (ES), 26 de julho