jornal A Tarde, Salvador/BA, 10/04/2023
segunda-feira, 10 de abril de 2023
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Montagem de sensações que esmiúça o caos discursivo
Epistolário e livro de viagens, Na capital sul-americana do porco light, de Catarina Lins (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2018) é composto por dez escritos que provocam movimentos de leitura em muitas direções, na medida em que sua poética intenta traçar linhas imaginárias entre certos objetos e delimitar território onde tudo entrará como parte do poema: “Meridiano: […] ligação […] encontro entre heterogêneos.” (p. 14). O poema é um navio que, ao encalhar em meio a detritos na corrente da linguagem, pode, justamente nesse impasse, encontrar o silêncio, o sentido: “[…] não havendo / calado / isto demarcava, sim, o silêncio / nos poemas endereçados / às geleiras” (p. 16). Catarina organiza seus textos com formas recolhidas: cartas, e-mails, perguntas, trechos de verbetes enciclopédicos, citações (identificadas ou não), sonhos, listas, lembranças, aproximando deserto e oceano, incêndio e baixas temperaturas, presença e ausência, o eu e o outro (“encontro intenso”, p. 22) e o eu consigo mesmo. Todos os textos do livro interpelam um interlocutor ou interlocutora, que varia de uma amiga ou do próprio eu do poema a um amor, à poeta Hilda Hilst, a alguém da família que é bem mais velho, a outro mais novo, ou, ainda, a outros indeterminados (o/a leitor/a?). Certa nostalgia derivada da falta de uma dimensão temporal mais densa é compensada pelos deslocamentos físicos reiterados e representada de maneira fragmentária, na taquicardia da comunicação instantânea contemporânea. Como pano de fundo ouve-se a evocação a) de uma cidade não especificada que “ainda está em guerra”, mas na qual “as casas […] // […] // são onde duas ou três coisas importantes / ainda acontecem” (p. 45) – cidade que talvez seja o local da escrita posterior, em poemas, da experiência estrangeira –, b) da cidade da infância (em que “crianças / […] brincavam ao redor do mundo / nos túneis, jardins, / nos monumentos da guerra” (p. 37) ou c) do turismo num centro de São Paulo com “acampamentos em volta” (p. 59); mas essas alusões a uma realidade por vezes incômoda são como vestígios de perturbações que se passam a certa distância, não somente no espaço mas também no tempo (a letra “H.” com prudência substitui a menção ao chamado “holocausto” da segunda grande guerra do século passado). É interessante observar como o uso das aspas, entre outros recursos presentes nesse livro, com frequência produz uma ironia relacionada com alguma ideia já enunciada num poema anterior: da “Arte” (sem aspas e em caixa alta, p. 9) para “a grande arte” (entre aspas e em caixa baixa, p. 60), da “História” (sem aspas e em caixa alta, p. 48) para uma “historicidade” (entre aspas, em caixa baixa e em itálico, p. 53). O estilo da poeta atinge resultado mais intenso e coeso em “O poema demora” ou no díptico “Para que servem as manhãs se não para isto?” e “Empédocles” (os dois últimos, ligados pela mesma reflexão sobre por que “no mundo dos sons, / […] manter a continuidade”, ps. 43-44 e 47) – nesses três textos, sua escritura opera um trabalho de montagem de sensações que, demiurgicamente, esmiúça o caos discursivo, “separando tudo: sonho, água, devaneio / loucura e olhos” (p. 49).
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Vazios do poder na “Democracia em vertigem” de Petra Costa
“Democracia
em vertigem” (2019) é muito bem sucedido ao criar uma representação de um certo
vazio de poder na República brasileira por meio da montagem de cenas de rua
repletas de gente em protestos e manifestações contrapostas a planos
interiores, lentos e solenes, em palácios presidenciais desertos em Brasília.
Ao longo do filme, esse espaço de poder é ocupado sucessivamente pelos últimos
três ou quatro representantes do principal cargo executivo, cada um deles mais
ou menos próximos das aspirações populares profundas, numa narrativa que
descreve o processo de decomposição de uma democracia por interesse das elites
do Estado e das elites econômicas.
Os méritos e
qualidades técnicos e artísticos do filme são inúmeros, e uma lista de elogios
possíveis tornaria este texto muito extenso. Por isso, mesmo ciente de que
nenhum documentário jamais será capaz de abranger na totalidade o fenômeno que
retrata, quero ater estes comentários apenas a possíveis omissões que, por sua
importância, a meu ver, parecem enfraquecer a tese central de “Democracia em
vertigem”. São críticas que faço não em detrimento da obra, mas em prol do que
ela tem de melhor: o encadeamento dos fatos na elucidação do caminho percorrido
pelo país até aqui. Suponho que, para desenvolver plenamente seus argumentos,
com fidelidade ainda maior aos eventos históricos, o filme de duas horas
precisaria de mais uns 30 minutos de duração, de modo a incluir episódios,
momentos, personagens e instituições não apresentados na tela.
Antes, uma
observação quanto ao que me parece uma incorreção (política?). Minha primeira
objeção a “Democracia em vertigem” é quanto às imagens de fundo utilizadas nas
cenas da gravação do diálogo de Dilma-Lula (tomadas externas noturnas) e
Temer-Joesley (tomadas externas do nascer do dia), numa imprecisão factual que
levanta certa desconfiança quanto a seu intuito – na verdade, se trata mesmo de
uma inversão, já que é de amplo conhecimento que a primeira conversa se
deu em dia claro, num fim de manhã, e a segunda, já tarde da noite. Seria
casual ou intencional essa opção narrativa?
Passo agora
às omissões que me parecem mais importantes, seguindo a cronologia dos fatos
históricos: 1) A eleição indireta de Temer como presidente, pelo
Congresso, com características de conspiração, e a composição de seu governo
junto à oposição derrotada nas eleições de 2014 merecia uma abordagem um pouco
mais detalhada, por se relacionar diretamente ao tema central do filme: o
encolhimento da participação popular e o aprofundamento de um processo de
decomposição da democracia. 2) Não há no filme qualquer menção ou referência à
atuação um tanto dissonante de Teori Zavascki no contexto da Lava Jato, nem à
morte inesperada do ministro do Supremo Tribunal Federal. Aliás, dos grandes
protagonistas do período, o STF e o Judiciário como um todo são bastante
poupados de exposição em “Democracia em vertigem”: recordo apenas um
primeiríssimo plano de Ricardo Lewandowski (na sessão final do impeachment, no
Senado) e uma menção em off a Gilmar Mendes (no episódio da nomeação de Lula
como ministro-chefe da Casa Civil). Uma maior presença do STF no filme, atuando
como suporte ou contraponto (variando a depender do momento) aos outros
poderes, seria um elemento fundamental para a riqueza documental da obra,
esclarecendo a forma como o STF é aludido numa fala de Moro no Congresso, em
que ele defende seu próprio trabalho pelo fato de ser “sufragado pelas altas
instâncias” e sugere que questionar suas decisões como juiz seria questionar o
próprio Judiciário. 3) Não há, no documentário, registro da intimidação (mais
propriamente, ameaça) ao STF feita pelo comandante do Exército, general Villas
Bôas em abril de 2018, com o assentimento tácito de Temer (que não repreendeu
publicamente seu subordinado pela indevida ingerência política no processo do
julgamento de Lula). Tal como o Judiciário, o Exército dos dias de hoje pouco
aparece no filme, embora tenha gradualmente ocupado, ao longo dos anos que são
acompanhados pela narrativa, um espaço cada vez maior na cena política,
fenômeno no qual a intervenção de Villas Bôas foi um dos momentos culminantes.
Por se tratar, neste caso, de um filme sobre a decomposição da democracia, que
expõe tão bem o autoritarismo da ditadura civil-militar anterior, ter incluído
esse episódio seria essencial para pintar o quadro completo de aparente ruptura
em curso. 4) A elipse entre a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro também
compromete, em parte, a força da tese do longa, ao não abordar as eleições de
2018 e as inúmeras anormalidades ocorridas durante a campanha (a proibição de
entrevistas de Lula à imprensa, o atentado a Bolsonaro, a ausência do candidato
vencedor dos debates mais importantes, o disparo em massa de notícias falsas).
Ao omitir a figura de Haddad, “Democracia em vertigem” dá a entender uma
continuidade natural entre a prisão de Lula e a vitória de Bolsonaro,
contribuindo indiretamente (espero!) para consolidar como legítima a eleição
deste como presidente e inserindo o atual estado de coisas numa falsa
“normalidade” institucional – impressão que acaba por atenuar (ainda que de
maneira muito sutil) a gravidade do próprio fenômeno que prentende documentar.
O filme
termina com um plano sequência aéreo que parte do Congresso Nacional em direção
ao centro de Brasília, numa tomada que espreita na direção oposta ao frame de
encerramento de “Tropa de elite 2”, de José Padilha (que focaliza o palácio do
Congresso do ponto de vista de quem está no centro da capital). Esse
contraponto com uma obra bastante anterior (2010), que já discutia o tema da
infiltração do crime organizado nas polícias do Rio de Janeiro e nos três
poderes, estabelece uma discreta ligação de “Democracia em vertigem” com um dos
principais problemas em pauta na fase Bolsonaro: a infiltração das milícias num
aparente vazio de poder político que, com recorrência, domina o espaço público
brasileiro – vazio que o filme de Petra Costa representa com habilidade nos já
citados e insistentes travellings no interior da residência presidencial
oficial desocupada, como a perguntar: Quem virá preencher esse espaço? Questão
pertinente, na medida em que, em política, não existe tal vazio: sempre haverá
alguém disposto a preencher o espaço e capaz de angariar apoio para tanto. As
linhas que se entrecruzam no gramado da Esplanada representam o enorme xis da
questão de um enigma nacional, mas também apontam caminhos a serem
coletivamente traçados, percorridos e, se necessário, invadidos pela gente
brasileira.
Wladimir Cazé
20/06/2019
[texto publicado no jornal "A Gazeta", de Vitória/ES, em 29/06/2019]
[texto publicado no jornal "A Gazeta", de Vitória/ES, em 29/06/2019]
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
"O assassino de porcos", de Luciano Lamberti
já está à venda nas lojas (física e virtual) da Editora Cousa esta obra do contista argentino Luciano Lamberti, que traduzimos a 4 mãos, eu e Rafael Dos Prazeres, mediante subsídio do Programa Sur de Apoio às Traduções do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
na likestore da Cousa, onde o livro pode ser adquirido: preço: R$ 38,00:
Abaixo, o texto da orelha do livro:
Em O assassino de porcos, Luciano Lamberti incorpora à sua narrativa ficcional aspectos dos costumes e da paisagem de Córdoba, refletindo uma experiência localista que se mescla a memórias de infância nos anos 80, arroubos juvenis nos anos 90, referências pop e humor. Os protagonistas destes dez relatos selvagens são seres solitários ou desajustados marcados pela instabilidade, pela indecisão, por expectativas, descobertas e frustrações em cidadezinhas da província argentina que é a segunda mais populosa no país.
Povoados de figuras que transitam de um texto a outro e de imagens recorrentes funcionando como discretos leitmotive, os episódios e anedotas de O assassino de porcos compõem um mosaico de histórias e exibem a face brutal do bicho-homem entre animais domésticos e pragas bíblicas, num mundo envolto por ameaças silenciosas e iminentes. Justapondo cenas em aparência banais, Lamberti busca, como diz a personagem de um dos contos, “escrever sobre uma experiência que pudesse iluminar as outras, como uma clareira no bosque”.
O assassino de porcos vem recebendo inúmeras críticas elogiosas, a exemplo do juízo entusiástico emitido pelo crítico Juan Terranova quando a obra apareceu, em 2010: “O assassino de porcos é o melhor livro de contos dos últimos trinta anos, não só na Argentina, mas em toda a América Latina”. Para o escritor Alejandro Rubio, a obra expõe una visão da Argentina do século XXI “em chave pós-apocalíptica”.
Luciano Lamberti é um autor em trajetória ascendente no panorama argentino, com obras publicadas na Itália e na Espanha. Representa, de maneira magistral, a nova literatura produzida em Córdoba, que vive neste início de século um momento de grande vivacidade, com a atuação de diversas editoras locais e de escritores como Cuqui, Federico Falco e Pablo Natale.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
"¿Cómo se convierte alguien en escritor - o es convertido en escritor -? No es una vocación, a quien se le ocurre, no es una decisión tampoco, se parece más bien a una manía, un hábito, una adicción, si uno deja de hacerlo, se siente peor, pero tener que hacerlo es ridículo, y al final se convierte en un modo de vivir (como cualquier otro)." (PIGLIA, Ricardo. Los libros de mi vida. Páginas de una autobiografía, futura, p. 10)
sábado, 31 de dezembro de 2016
"São Paulo, Canaã dos paus-de-arara, a Xangrilá dos bóias-frias, bóia de salvação dos retirantes cubo-famélicos de Portinari" (p. 37)
"São Paulo: que representaria para aqueles universitários da Boa-Terra, com certo verniz sofisticado, assistemáticos [...]? Uma porrada. Foi um soco de vida urbana capitalista moderna selva selvagem do Brasil." (p. 37)
"MUNDO-ABRIGO é um jardim de veredas que se bifurcam. Fissura. Delírio ambulatório, MITOS VADIOS, o desejo errante" (p. 78)
"São Cristóvão, o protetor dos viajantes, dos que transitam, dos que estão possuídos, dos que mudam de pele, dos mutantes" (p. 86)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
"estratégia de vida: mobilidade no EIXO rio são paulo bahia. viagens dentro e fora da BR." (p. 45)
"NEW YORK - isto deve parecer provinciano mas não há outra forma de expressão: ir ao exterior." (p. 48)
"Poeira do mundo. sem pouso. outros sertões. ontheroad." (p. 61)
"nasci no interior do Brasil - minha dor é minha dívida de dinheiro - toda minha ação são peças jurídicas advogando meu direito à alimentação. campeio. batalho." (p. 80)
"Bahia - paraíso pro inferno sem sal sem sol são paulistano." (p. 83)
"dos cafundós da caatinga a lúcifer das cidades" (p. 165)
"e refazer o périplo no sentido inverso" (p. 165)
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
"A nadie le interesa ni la literatura, ni la historia, ni nada que tenga que ver con el pensamiento o con las humanidades [...]. Y todavía hay despistados que llaman 'nación' a este sitio, un sinsentido, una estupidez que daría risa si no fuera por lo grotesco: cómo pueden llamar 'nación' a un sitio poblado por individuos a los que no les interesa tener historia ni saber nada de su historia, un sitio poblado por individuos cuyo único interés es imitar a los militares y ser administradores de empresas [...]"
Horacio Castellanos Moya, "Asco"
segunda-feira, 25 de julho de 2016
"Teias de aranha. [...] Teia de aranha. [...] Curioso como se assemelha aos desenhos de certas mandalas. Espaço mítico. Homem também cria espaços míticos, por que não aranha? Cidades, por exemplo. A princípio, sonho de homem, lugar onde pôr para fora deuses e demônios, mas depois cidade física prende, homem fica como inseto em teia de aranha." (p. 109)
Mario Levrero, "Deixa comigo"
{tradução Joca Reiners Terron}
{tradução Joca Reiners Terron}
terça-feira, 19 de julho de 2016
“ando numa boa e na vadiagem mais uma vez & nada tenho a fazer senão perambular” (p. 14)
“tudo é um grande e estranho sonho” (p. 52)
“A via férrea se revelava por inteiro, cada vez mais vasta e vasta, [...] muito além dos limites do mundo, e também perfura um buraco profundo na mente de um homem” (p. 91-92)
“o espectro e o horror de um homem que outrora foi um bebê rosado e agora é um fantasma aterrorizante na enlouquecedora noite surrealista das cidades, rostos esquecidos, dinheiro jogado fora, comida jogada fora, bebidas, bebidas, bebidas, as milhares de conversas ruminadas na obscuridade.” (p. 114)
“Na América houve sempre [...] uma ideia especial e definida da liberdade que significa andar a pé [...] se deslocando de cidade em cidade, de estado em estado, em direção à eventual sina dos becos periféricos das grandes cidades quando seus pés entregam os pontos.” (p. 208)
KEROUAC, Jack. Viajante solitário. L&PM, 2006.
[tradução de Eduardo Bueno]
quinta-feira, 14 de julho de 2016
“Paixão pela palavra,
pela imagem, pela prosódia musical, paixão pelo sexo, sacralização do instante
presente, errância no esoterismo da tradição que é a terra amassada do passado,
de tudo isso a geração beat está
carregada.” (p. 87)
“[...] a dura lei da
viagem tal como tinha imaginado: despesa mínima, recurso à carona ao acaso,
partilha das horas com desconhecidos, mas, sobretudo, liberdade e
disponibilidade em busca da pulsação viva da América.” (p. 105)
“[...] suas viagens reais
não são senão coleções de miniacontecimentos e manifestações de pouco risco. Não
têm a envergadura das que serão empreendidas por Burroughs e Ginsberg, que
aliarão deslocamento geográfico, sedentarização longe dos Estados Unidos e
experiência interior.” (p. 115)
“De início é sobre os
mapas que ele começa, é através dos relatos que ele viaja.” (p. 117)
BUIN, Yves. Kerouac. L&PM, 2007.
[tradução de Rejane Janowitzer]
[tradução de Rejane Janowitzer]
quinta-feira, 7 de julho de 2016
“Tão vastos e intemporais, os acontecimentos brotam de algum centro mais intenso, formando vagos pontos distantes, só para serem encontrados de novo, quando os núcleos e os universos se deslocam para outros sonhos.” (p. 73-74)
“que coisa mais estranha a realidade do mundo desolado e infinito, que não tem destino, significado, nem centro” (p. 77)
“A América [...] é em si mesma um sonho” (p. 129)
“O centro do interesse do sonho só pode ser recapitulado uma vez e por isso também só dá para ser transcrito em seguida [...] porque, ao lembrar e anotar mentalmente, o cérebro logo entorpece e não é mais possível agilizá-lo” (p. 133)
“tudo, tudo irreal, sonhos” (p. 137)
“num cérebro momentaneamente em repouso indigente” (p. 139)
“por algum motivo [...], a coisa toda não consegue chegar em detalhe à minha percepção” (p. 141)
“os sonhos mais fantásticos, e complexos, são irrecuperáveis para o cérebro comum que acorda de manhã” (p. 168)
“O inseto provavelmente era eu.” (p. 168)
“AO ANOTAR OS SONHOS, REPARE NA MANEIRA COMO A CABEÇA SONHADORA INVENTA” (p. 175)
“AO ANOTAR OS SONHOS, REPARE NA MANEIRA COMO A CABEÇA SONHADORA INVENTA” (p. 175)
[tradução de Milton Persson]
quarta-feira, 29 de junho de 2016
leitura de "Microafetos" por Ronald Augusto
"o exoesqueleto da métrica infusa no inseto áporo do verso
jamais livre jamais abandonado ao capricho da mera
rixa com o caro virtuosismo pós-cabralino"
[trecho do poeta e crítico Ronald Augusto em suas anotações de leitura de MICROAFETOS, cuja íntegra pode ser lida em se clicando aaqquuii.]
segunda-feira, 27 de junho de 2016
entrevista
Karine "Thompson" Alves é uma ávida leitora de 18 anos que mora em Piúma (ES). Em seu Blog da Kah ela vem entrevistando alguns escritores com cujos livros teve contato. Aqui estão as respostas que enviei.
terça-feira, 14 de junho de 2016
quarta-feira, 8 de junho de 2016
domingo, 5 de junho de 2016
POESIA CONTRA O GOLPE
pra baixar grátis [em PDF]: https://drive.google.com/file/d/0B7PowsNW2tItaXNoUG5TYldlU0U/view?pref=2&pli=1
antologia "OSSO DE ESCREVER: literatura em tempo de barbárie", com textos de Caê Guimarães, Aline Dias, Lucas Dos Passos, Sarah Vervloet, Barbara Depiantti, Janio Silva, Marília Carreiro, Orlando Lopes, Rodrigo Caldeira, Saskia Sa, Wagner Silva Gomes e Wladimir Cazé.
Essa é uma ação do movimento Cultura sem temer – ES. Artistas e produtores culturais, poetas e escritores, contra o autointitulado "governo interino” e o estado de exceção presidido por Michel Temer.
#foraTemer #ocupaMinC
#culturasemtemer #foratemer #ocupaminc #casinhadaresistencia
Link pra baixar "OSSO DE ESCREVER": https://drive.google.com/file/d/0B7PowsNW2tItaXNoUG5TYldlU0U/view?pref=2&pli=1
quinta-feira, 2 de junho de 2016
E publico mais um artigo acadêmico, novamente em parceria com minha orientadora no mestrado Maria Mirtis Caser, desta vez na “CONTEXTO”, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A edição nº 29, referente a 2016-1 (http://www.periodicos.ufes.br/contexto/issue/view/639), traz um dossiê sobre “Dom Quixote”, a obra-prima de Cervantes, com artigos de pesquisadores brasileiros e especialistas estrangeiros – Howard Mancing (EUA) e Lola Esteva de Llobet (Espanha). Nosso texto se intitula “‘Del donoso y grande escrutinio’: crítica literária e Inquisição em um capítulo do Quijote (I, 6)” e analisa o diálogo entre o cura e o barbeiro da aldeia a respeito das 23 obras literárias (livros de cavalaria, epopeias e cancioneiros e novelas pastoris) citadas na cena da “perícia” feita por eles na biblioteca de Alonso Quijano, e cuja leitura o levara a perder o juízo e tornar-se o Cavaleiro da Triste Figura.
Palavras-chave: Literatura maneirista. Cervantes. Quixote. Crítica literária. Inquisição espanhola.
Link para a “CONTEXTO” nº 29: http://www.periodicos.ufes.br/contexto/issue/view/639
Link direto pra nosso artigo: http://www.periodicos.ufes.br/contexto/article/view/13319
terça-feira, 24 de maio de 2016
resenha de "Microafetos", por Roberto Amaral
"À vera, o efeito que a leitura desse breve bestiário poético me causou foi o drolático. Sim, pilhei-me rindo por diversas vezes dos versos que compõem essa micropoética cazeana."
[trecho da micro-resenha de MICROAFETOS assinada pelo professor e escritor Roberto Amaral (UFVJM), que pode ser lida na íntregra em se clicando aaqquuii.]
domingo, 15 de maio de 2016
"First you take a drink,
then the drink takes a drink,
then the drink takes you."
F. Scott Fitzgerald
then the drink takes a drink,
then the drink takes you."
F. Scott Fitzgerald
Hoje eu vou virar drink, junto com Sarah Vervloet,Rodrigo Caldeira, Anderson Bardot, Sergio Luiz Blank, Tiago Zanoli, Saskia Sa, Izabela Orlandi e vários outros escritores do Espírito Santo. Venha nos beber no Hostel Guanaaní Hostel, das 15h às 21h. O Guanaaní fica no centro de Vitória, na Rua Coronel Monjardim, 49.
terça-feira, 10 de maio de 2016
Saiu - para download gratuito - o livro Quebras – Uma viagem literária pelo Brasil, organizado por Marcelino Freire e Jorge Ialanji Filholini, lançado em novembro de 2015 e contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2014-2015.
O livro resulta do projeto que visitou 15 capitais brasileiras em busca de escritores e artistas fora do eixão Rio-São Paulo-Porto Alegre-Curitiba-Salvador-Recife-Belo Horizonte-Fortaleza. As cidades visitadas pelo Quebras foram capitais com presença relativamente menor no panorama literário nacional: Teresina, Belém, Vitória, Rio Branco, Maceió, Macapá, Manaus, Goiânia, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Porto Velho, Boa Vista, Aracaju e Palmas.
O livro contém crônicas de Marcelino e Jorge sobre suas descobertas e memórias durante a aventura, além de uma antologia com textos de alguns escritores que a dupla conheceu pelo caminho. Participo, na página 26, com "O poema inacabado". Também estão no livro Antônio Moura, Bruno Azevêdo, Demétrios Galvão, Diego Moraes, Douglas Diegues e Waldo Motta, entre outros nomes.
Link para o livro: https://livreopiniaoportal.files.wordpress.com/2016/05/quebras-uma-viagem-literc3a1ria-pelo-brasil.pdf
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Saulo Ribeiro recomenda MICROAFETOS
nesse bloco do programa "Espaço 2" da TVE-ES, o escritor e editor Saulo Ribeiro fala sobre meu livro MICROAFETOS e sobre o romance "Chorume", de Tiago Zanoli. em seguida vem uma reportagem sobre o lançamento das obras literárias editadas pela Secult-ES, ocorrido no dia 19 de abril
terça-feira, 26 de abril de 2016
NOVO SONHO
O sonho me pareceu longo mas foi bastante repetitivo, podendo por isso ser descrito em poucas linhas. Estou na frente do computador, cuidando de apagar uma por uma todas as postagens do meu mural que tenham a ver com a crise política e deixando no ar apenas aquelas relacionadas com literatura, música, tradução e as outras duas ou três áreas do saber que me interessam. Passam-se muitos minutos sem qualquer outro gesto meu além do repetido movimento de apagar as postagens sobre política. No final, fica uma timeline tranquila, agradável, sem inquietações.
24/04/2016
quinta-feira, 14 de abril de 2016
segunda-feira, 11 de abril de 2016
"Aqui São Paulo", de Wanda Figueiredo (1971)
"em são paulo você consegue vender até livro até livro! ganhei dinheiro vendendo livro peguei uma pasta e fui de porta em porta" [p. 25]
"em são paulo naquela época nem automóvel existia as ruas não eram calçadas o viaduto do chá era de madeira pagava-se 2 vinténs para atravessar ah! são paulo antigo tem suas coisas interessantes! para se ir à praça da república levava-se um tempo enorme! era o local das touradas chamava-se largo dos curros curros era um lugar onde se transacionava gado a praça da república praticamente não existia" [p. 32]
"a gente nunca sabe quando são paulo entrou em vigor não tem história ela está sempre brincando de começar brincando de tradição [...] ela é cidade nova e velha não se define" [p. 94]
"o paulista tem mão de ferro sem luva de veludo ele tem a miséria que atrofia os órgãos todos os órgãos eu diria ele mede as ruas a pé" [p. 94]
"são paulo é um campo de batalha" [p. 95]
"há uma ligação entre o cimento e a gente" [p. 96]
"são paulo para mim não é um inferno é um misto de tudo um inferno tem seus paraísos" [p. 128]
"melhor do que ficar parada vendo a vida passar eu prefiro o rodamoinho em vez de ser espectadora vendo televisão no interior como um filme a vida dos outros ver os outros vivendo prefiro entrar na loucura toda" [p. 150]
"aridez de são paulo" [p. 167]
"uma psicóloga disse que essas manias que tenho de mato de morar no sertão é tudo fuga" [p. 186]
"grande província" [p. 202]
"tenho a impressão que o rio anhangabaú soterrado dá seiva para que são paulo cresça e são paulo ainda está em formação não deu ainda flores não está formada" [p. 219]
"livro não é cidade" [p. 230]
"o mundo é dos que caminham" [p. 230]
PESADELO
Este sonho só pode ser considerado um pesadelo, dado o número de vezes que a imagem do rosto de Michel Temer nele aparece. Temer já é o presidente da república, e lá estou eu, comparecendo a seu gabinete, pela primeira vez, para assumir a função de assessor de imprensa da presidência. Temer me recebe de maneira fria e formal, e junto com seus assessores dá início a uma espécie de ritual que naquele momento entendo ser um procedimento preliminar à minha iniciação no serviço. O ritual consiste no seguinte: sobre uma mesa retangular, coberta apenas por uma toalha de mesa, os assessores de Temer cerimonialmente começam a posicionar três objetos diferentes. Infelizmente não me recordo de quais eram os outros dois objetos [enquanto sonhava, quis me levantar para anotar esses detalhes, porém o caráter de pesadelo do sonho me manteve inerte na cama], mas com toda certeza um deles era uma pequena urna de cor cinza-azulada. De imediato eu [que já analisava o sonho dentro do sonho, enquanto sonhava] observo que não se trata de uma urna eleitoral, daquelas dos tempos pré-urna eletrônica, nas quais através de uma fresta se inseria o papel com o voto, mas de uma urna cinerária, das que são usadas para guardar as cinzas de um corpo cremado. Desse modo, meu ritual de ingresso no novo emprego tem um certo aspecto funerário. Quando os assessores enfim colocam a urna e os outros objetos na mesa, em posições rigorosamente equidistantes, Temer se volta para mim e faz o único gesto minimamente simpático de todo o sonho: pisca um olho e pergunta: “Foto?” Com isso entendo que ele me convida a posar, a seu lado, diante da mesa, para documentarmos o acontecimento. Mas não é isso o que Temer deseja: um pouco impaciente, ele gesticula para que todos se afastem e, segurando a câmera, encarrega-se ele próprio de fotografar a mesa com a urna e os outros dois objetos. Nesse momento eu percebo que para Temer as pessoas não têm a menor importância. Acordo.
Wladimir Cazé
10/04/2016
domingo, 10 de abril de 2016
OUTRO SONHO
Esse novo sonho foi mais confuso que o anterior, dele guardei menos detalhes. O cenário agora era o palácio da presidência do Paraguai. Ao chegarmos, eu e B. encontrávamos uma das entradas em péssimo estado de conservação: lixo, excrementos, restos de comida, maus odores, entulho, insetos, escuridão. Sabíamos que havia outras entradas no palácio, mas aquela era a que nos interessava, porque a informação turística que tínhamos era de que ela seria a “entrada da cultura”, local onde supostamente elementos da arte do país poderiam ser apreciados. Daí nossa enorme decepção ao encontrar o que deveria ser um símbolo da cultura do país em tal estado de descaso e abandono. Mesmo assim, insistimos em entrar por ali, com a ideia de tentar conversar com o presidente da república e convencê-lo a editar um “Ato constitucional” voltado à recuperação daquela parte do prédio e, por consequência, da cultura nacional (delírios de turista que já chega querendo interferir na vida local). Nisso estamos quando, de repente, “Lá vem o presidente”, vemos que ele se aproxima, mas nesse ponto eu desperto ou o sonho termina.
Wladimir Cazé
08/04/2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
UM SONHO
Tudo começa com uma frase lida numa revista: “Em 1985 a Rede Globo tentou dar um golpe e impedir a posse de Tancredo Neves”.
[Eu nunca soube antes de nenhuma informação parecida, mas ela não é inverossímil; se considerarmos que Tancredo realmente não foi empossado presidente, o suposto plano pode de fato ter se realizado.]
Depois da frase na revista, a cena do sonho acontece num edifício da Rede Globo, para onde um político ou jurista importante, aliado de Tancredo [se não o próprio Tancredo], é chamado para uma reunião com o poderoso Marinho de plantão, para discutir a situação política nacional. O político [ou jurista, ou Tancredo] vai à reunião disposto a resistir e expor a firme determinação do presidente eleito de assumir o governo a qualquer custo. Acompanhando o convidado, estão presentes outros políticos, alguns jornalistas (da Globo e de empresas concorrentes), entre eles – ainda como estudantes de jornalismo – eu e alguns colegas (reconheço vagamente Carlos Rocha).
A reunião acontece numa sala do prédio similar a um restaurante de luxo. Quando chegamos, o Marinho já está sentado numa poltrona, sozinho, fumando um charuto. Ele cumprimenta a todos com ar de superioridade e certa indiferença. Sente-se alguma tensão no ambiente. Querendo dar ao evento um tom sofisticado, o Marinho estala os dedos e pergunta a um de seus serviçais: “Fulano, nós temos aí a Carmen de Bizéti?”, e ordena: “Se tivermos, põe ela pra tocar”. A pronúncia equivocada do nome de Bizet provoca uma onda de hilaridade entre os políticos e jornalistas, mas todos seguram o riso temendo quebrar a solenidade da reunião. Porém uma mulher negra, representante do movimento negro, não se contém: “Desculpe, senhor. Nós ficamos muito tempo calados, mas agora eu não vou deixar de falar. O nome do compositor que o senhor acabou de citar não é Bizéti, é Bizet”. O Marinho não parece se abalar ao ter sua ignorância revelada em público e, com o mesmo ar de superioridade, passa à escolha dos pratos e das bebidas, novamente pronunciando palavras francesas duma maneira ridiculamente aportuguesada. O político [“Tancredo”] não dá atenção a isso, decidido a logo dar início à reunião. Mas o Marinho faz uma manobra que não entendo muito bem, troca umas poucas palavras em privado com “Tancredo” e dá a reunião por encerrada em dois minutos, antes mesmo que as bebidas e comidas cheguem à mesa, com isso de algum modo humilhando a todos os presentes, que são dispensados sumariamente.
Eu e meus colegas estudantes de jornalismo entramos no elevador para ir embora, e comentamos com indignação o que acaba de acontecer. “Um absurdo. Um idiota.” “Cuidado com o que fala aqui dentro, podemos estar sendo gravados.” “Não dá, pessoal. Temos que dar um jeito de entrar nessa profissão sem termos que trabalhar para gente assim.”
Com esse diálogo o sonho termina.
Wladimir Cazé
3 de março de 2016
3 de março de 2016
quarta-feira, 23 de março de 2016
mais um artigo publicado, agora em (Re)Visões do Fantástico: do centro às margens; caminhos cruzados (anais do II Congresso Internacional Vertentes do Insólito Ficcional, realizado em 2014 na UERJ). o trabalho se intitula "De máscaras e traduções: comentários a uma tradução do conto "La máscara", de Emilia Pardo Bazán" e foi escrito a 4 mãos com minha querida orientadora Maria Mirtis Caser. o PDF do livro está disponível para acesso e download grátis em:http://www.dialogarts.uerj.br/…/arquivos_tfc…/anais_2014.pdf. A publicação traz diversos estudos sobre autores como Clarice Lispector, Shakespeare, Murilo Rubião, Eça de Queirós, Aleilton Fonseca, João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, Bioy Casares, Guimarães Rosa, Lourenço Mutarelli e Antonin Artaud, entre outros.
nosso artigo está entre as páginas 750 e 765.
título do artigo: "De máscaras e traduções: comentários a uma tradução do conto "La máscara"
palavras-chave: Emilia Pardo Bazán. Conto fantástico. Tradução literária. Tradução comentada.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
No ar, nova edição da
revista "Versalete", UFPR (Número 5, jul.- dez. 2015), com artigos
sobre temas diversos nas áreas de Linguística, Literatura e Tradução. Entre
os autores abordados nos estudos, Kafka, Pessoa, Chico Buarque, Shakespeare,
Rosa e Valter Hugo Mãe.
Participo com o trabalho "Atravessando afronteira: tradução de um poema do argentino Marcelo Silva", exercício de prática de/reflexão sobre
tradução poética. meu texto está entre as páginas 365 e 382 deste PDF.
Participo com o trabalho "Atravessando afronteira: tradução de um poema do argentino Marcelo Silva", exercício de prática de/reflexão sobre tradução poética. meu texto está entre as páginas 365 e 382 deste PDF.
domingo, 29 de novembro de 2015
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
"Todos formavam um único grupo - os supostos partidos da direita e da esquerda" (p. 54)
"é típico dessa espécie de tribunal que se condene não só quem é inocente, mas também quem não sabe de nada" (p. 58)
"contra esse tribunal não é possível se defender, é preciso fazer uma confissão" (p. 120)
"A defesa, na verdade, não é realmente admitida pela lei, apenas tolerada" (p. 127)
"as relações pessoais do advogado: é nelas que repousa o principal valor da defesa" (p. 128)
"é totalmente remota a ideia de querer introduzir ou impor, junto ao tribunal, qualquer melhora (...). A única coisa acertada é se conformar com as condições existentes" (p. 132)
"no final emerge, de alguma parte onde originariamente não existia nada, uma grande culpa" (p. 160)
"A sentença não vem de uma vez, é o processo que se converte aos poucos em veredicto" (p. 228)
"A lógica, na verdade, é inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver" (p. 246)
"é típico dessa espécie de tribunal que se condene não só quem é inocente, mas também quem não sabe de nada" (p. 58)
"contra esse tribunal não é possível se defender, é preciso fazer uma confissão" (p. 120)
"A defesa, na verdade, não é realmente admitida pela lei, apenas tolerada" (p. 127)
"as relações pessoais do advogado: é nelas que repousa o principal valor da defesa" (p. 128)
"é totalmente remota a ideia de querer introduzir ou impor, junto ao tribunal, qualquer melhora (...). A única coisa acertada é se conformar com as condições existentes" (p. 132)
"no final emerge, de alguma parte onde originariamente não existia nada, uma grande culpa" (p. 160)
"A sentença não vem de uma vez, é o processo que se converte aos poucos em veredicto" (p. 228)
"A lógica, na verdade, é inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver" (p. 246)
[tradução de Modesto Carone]
terça-feira, 10 de novembro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
meu artigo "Tradução comentada do conto 'La resucitada', de Emilia Pardo Bazán" foi publicado na revista HISPANISTA – Revista electrónica de los Hispanistas de Brasil - Vol XVI – nº 62 – Julio – Agosto – Septiembre, 2015. Cortázar e Góngora estão entre os autores abordados nos demais artigos da edição
link pra revista: http://www.hispanista.com.br/Rostos/rosto62.htm
link pro meu artigo: http://www.hispanista.com.br/artigos%20autores%20e%20pdfs/498.pdf
meu agradecimento a Maria Mirtis Caser pela orientação
link pra revista: http://www.hispanista.com.br/Rostos/rosto62.htm
link pro meu artigo: http://www.hispanista.com.br/artigos%20autores%20e%20pdfs/498.pdf
meu agradecimento a Maria Mirtis Caser pela orientação
domingo, 27 de setembro de 2015
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
sarau de música e poesia no centro de Vitória (ES)
matéria do programa "Ponto Cult" (TV Tribuna) sobre o projeto Sarel Autoral, que ocorre mensalmente no centro de Vitória (ES). o vídeo foi gravado na noite em que dividimos o palco eu e o músico Yuri Guijansque
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Bloomsday em Vitória (ES)
amanhã, 16/06/2015
Bloomsday
com Caetano W. Galindo, tradutor de "Ulysses", de James Joyce
no SESC Glória
centro de Vitória, ES
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Bloomsday em Vitória (ES)
próxima terça-feira, 16/06/2015
Bloomsday
com Caetano W. Galindo, tradutor de "Ulysses", de James Joyce
no SESC Glória
centro de Vitória, ES
Bloomsday
com Caetano W. Galindo, tradutor de "Ulysses", de James Joyce
no SESC Glória
centro de Vitória, ES
quinta-feira, 4 de junho de 2015
terça-feira, 12 de maio de 2015
GOURMETIZAÇÃO DO MOFO
tenho pensado sobre como o processo de mercantilização/canonização de um autor passa pela estética das capas das reedições de seus livros. a pergunta é: o que leva a editora nova fronteira a estampar uma foto de manhattan na edição de 2015 de "morangos mofados"? isso é nonsense, visto que a única referência explícita a nova york na obra está num rápido inventário geracional que passa por outras duas capitais mundiais: “Bolsas na Sorbonne, chás com Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre nos 50, em Paris; 60 em Londres ouvindo here comes the sun, little darling, 70 em Nova York dançando disco-music no Studio 54 (...)". então por que nova york na capa e não paris ou londres? sim, pode ser que, indiretamente, nova york esteja pairando, em alguns contos, nas citações ocasionais à morte de Lennon no Central Park (que para Heloísa Buarque de Hollanda "parece ser o tema do livro"). mas objetivamente, as narrativas se passam entre rio de janeiro, são paulo e porto alegre. a título de comparação, na capa da primeira edição existe, no plano do fundo, um paredão de arranha-céus que pode representar qualquer grande metrópole, enquanto morangos e latas de lixo ocupam o primeiro plano. em 2015, ao contrário, a associação da imagem com uma cidade específica é inequívoca e imediata (mesmo que bastante arbitrária, com relação ao conteúdo do livro), e o morango se torna uma textura asséptica (na parte superior da imagem).
sábado, 25 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
terça-feira, 7 de abril de 2015
domingo, 5 de abril de 2015
"(...) tudo é matéria de poesia, uma vez que traga as condições do belo ou os elementos de que ele se compõe."
"(...) uma opinião, que tenho por errônea: é a que só reconhece espírito nacional nas obras que tratam de assunto local (...)"
" O que se deve exigir do escritor antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço."
"Nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum."
Machado de Assis"Notícia da atual literatura brasileira. Instinto de nacionalidade"
24/03/1873"es nueva y arbitraria la idea de que los escritores deben buscar temas de sus países"
"nuestra tradición es toda la cultura occidental"
"podemos manejar todos los temas europeos, manejarlos sin supersticiones, con una irreverencia que puede tener, y ya tiene, consecuencias afortunadas"
"nuestro patrimonio es el universo"
Jorge Luís Borges
"El escritor argentino y la tradicción"
1932 ?
terça-feira, 24 de março de 2015
sexta-feira, 20 de março de 2015
aos 11 minutos do video, uma palinha desajeitada sobre Manoel de Barros a pretexto do livro "Encontros", da Azougue Editorial
O Magazine é um programa de cultura e entretenimento da Imagem TV, apresentado por Luana Colnago Bressiane
sexta-feira, 6 de março de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
uma palinha sobre Edgar A. Poe e os 170 anos d'"O corvo"
matéria do programa "Agenda" da Rede Minas TV
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
"(...) é preciso deixar absolutamente claro na mente do público que a tradição da arte está com os artistas e que, embora os artistas nem sempre pratiquem violações dos limites da decência, a mente do público não tem o direito de concluir que eles não arroguem para si a liberdade de fazê-lo, se quiserem." (p. 62)
"A modalidade de cristianismo denominada catolicismo pareceu interceptar-lhe o caminho e por isso ele a removeu. Fora criado na crença da supremacia romana e, para ele, deixar de ser católico significava deixar de ser cristão." (p. 118)
"A vida de um errante lhe parecia bem menos ignóbil que a vida de alguém que aceitara a tirania do medíocre pois o custo de ser excepcional era demasiadamente elevado. (...) Ele sentia vividamente os perigos insidiosos que se disfarçam de extravagâncias mas tinha convicção também de que o mero cumprimento dos deveres, nem compreendidos nem agradáveis, era bem mais perigoso e bem menos satisfatório." (p. 145)
"(...) quanto à tentação que Satanás teve permissão de acenar diante dos olhos de Jesus, na realidade, trata-se da tentação mais ineficaz que se pode oferecer a qualquer homem de talento." (p. 179)
tradução de José Roberto O'Shea
"A modalidade de cristianismo denominada catolicismo pareceu interceptar-lhe o caminho e por isso ele a removeu. Fora criado na crença da supremacia romana e, para ele, deixar de ser católico significava deixar de ser cristão." (p. 118)
"A vida de um errante lhe parecia bem menos ignóbil que a vida de alguém que aceitara a tirania do medíocre pois o custo de ser excepcional era demasiadamente elevado. (...) Ele sentia vividamente os perigos insidiosos que se disfarçam de extravagâncias mas tinha convicção também de que o mero cumprimento dos deveres, nem compreendidos nem agradáveis, era bem mais perigoso e bem menos satisfatório." (p. 145)
"(...) quanto à tentação que Satanás teve permissão de acenar diante dos olhos de Jesus, na realidade, trata-se da tentação mais ineficaz que se pode oferecer a qualquer homem de talento." (p. 179)
tradução de José Roberto O'Shea
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
"(...) as orelhas da gente andam já tão entupidas que só à força de muita retórica se pode meter por elas um sopro de verdade." (p. 94)
"O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio." (p. 116)
"A morte é uma hipótese (...), talvez uma lenda." (p. 139)
"O leitor atento, verdadeiramente ruminante, tem quatro estômagos no cérebro, e por eles faz passar e repassar os atos e os fatos, até que deduz a verdade que estava, ou parecia estar escondida." (p. 152)
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