sábado, 5 de abril de 2014


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http://www.interventuras.blogspot.com.br/

Conheça {INTERVENTURAS}, uma série de conversas com escritores e leituras crítico-criativas de seus trabalhos. {INTERVENTURAS} é uma produção independente de CLIPOEMS (Vídeos Experimentais e Música) & LABOR.POET.CO (Laboratório Crítico-Criativo de Poéticas Contemporâneas.

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quinta-feira, 3 de abril de 2014



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quarta-feira, 2 de abril de 2014


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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Meus 10 livros de 2013 (com alguns trechos grifados)

Não. Nada de listinha de melhores lançamentos do ano. Só uma compilação, bastante idiossincrática, de trechos que grifei em alguns dos livros que mais gostei de ter lido em 2013. E devo ter esquecido outros tantos, entre leituras acadêmicas e itens de curiosidade pessoal. (Clique nos textos-imagem para melhor visualização.)

1.
AIRA, César. Um acontecimento na vida do pintor-viajante. Tradução de Paulo Andrade Lemos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

2.
ALBEE, Edward. Who’s afraid of Virgina Woolf? New York: Signet, 2006.

3.
BECKETT, Samuel. All that fall. London: Faber and Faber, 2006.


4.
BERMAN, Antoine. A tradução e a letra ou o albergue do longínquo. Tradução de Marie-Helène Catherine Torres, Mauri Furlan, Andréia Guerini. Sette Letras/PGET, 2007.

5.
CARPEAUX, Otto Maria. O modernismo por Carpeaux. São Paulo: Leya, 2012.

6.
LLOSA, Mario Vargas. La fiesta del chivo. Madrid: Alfaguara, 2000.

7.
LORCA, Federico García. Bodas de sangre. Barcelona: Cátedra, 2010.

8.
NEW YORK DIARIES: 1609 to 2009. Edited by Teresa Carpenter. New York: Modern Library, 2012.

9.
NEUMAN, Andrés.
Bariloche. Barcelona: Anagrama, 2009.

10.
SZYMBORSKA, Wislawa. Poemas. Tradução de Regina Przybycien. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

domingo, 15 de dezembro de 2013


"Qualquer relato sobre a viagem se assemelha a um ruído de vento distante, um ronco surdo que vem dessa experiência que o sentido não consegue transmitir e que apenas o estar naqueles espaços consegue produzir. Há um sentimento ambíguo de frustração e admiração, pois muito do que fora imaginado não era de fato realidade, ao mesmo tempo em que absolutamente tudo era passível de criar momentos de intensidade."

"Talvez a viagem traga apenas a possibilidade do anonimato."

Rafael Pagatini
, "Conversas com a paisagem" (UFES, 2013) - as páginas do livro não são numeradas "para possibilitar múltiplas ordenações e reconstruções"

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

pós-lida #32

vídeo-resumo do recital "Pós-Lida", que aconteceu no dia 26 de setembro, no sebo Porto dos Livros (Porto da Barra, Salvador),
com James Martins e participação de Nildão e Marcelino Freire (via skype). eu também li alguns poemas, meus e de Sandro Ornellas, André Fernandes, Orlando Lopes e Marcelo Silva.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013


poema-colagem, Wladimir Cazé, 2013,
a partir de arte de Pedro Drummond para editora Record, 1996

sexta-feira, 13 de setembro de 2013


recorte de jornal que anda na minha carteira desde 03/04/2011
(texto de Willi Bolle na 'Ilustríssima' da Folha de SP)

terça-feira, 10 de setembro de 2013



dia 26 de setembro
às 19h30
recital em Salvador/Bahia
com telepresença minha



quarta-feira, 14 de agosto de 2013



Para algumas Pessoas existe,
na cidade, uma praça
(praças são pessoas)
que atrapalha a passagem de carros
(que são pessoas)
que precisam de velocidade
e não têm tempo a perder no trânsito
(de pessoas-carro e pessoas-pessoa)
nem podem parar para
que pessoas-pessoa possam passar.
Por isso  ̶  dizem tais Pessoas  ̶ ,
é urgentemente necessário
avenidar de uma vez essa praça
para que os carros-pessoa
possam passar no espaço que ocupa
a praça-pessoas que os atrapalha.
É assim que a cidade (que são pessoas)
precisaria destruir uma parte de si-dade
para deixar passar a outra parte da cidade-pessoas
= tirar parte do espaço que é usado por pessoas-cidade.
E dessa ideia Pessoas que se julgam donas
da cidade (mas isso Elas não dizem)
tentam convencer as pessoas-cidade
: de que seria igual vantagem para todos
(praça-pessoas, carros-pessoa, cidade-pessoas)
se aquela praça simplesmente evaporasse.
E que sobre a terra sobrasse asfalto,
já que para carros falta espaço.
E se enfiassem sob a terra num buraco
(túnel) (catacumba) (túmulo)
(mas isso Elas também não dizem)
pessoas que por pessoas
(sem faixa zebrada) (sem semáforo)
se passar acaso ainda ousassem.

terça-feira, 18 de junho de 2013

"Seek transit"


poema-colagem
(a partir de poema visual de José Paulo Paes, "Sick transit", 1973)
Wladimir Cazé (18/06/2013)

Clique na imagem para melhor visualização

sábado, 18 de maio de 2013

5 poemas meus - 2 do livro "Macromundo" (2010) e 3 do livro "Microafetos" (2005) - saíram na edição de hoje (18/05/2013) do caderno "Pensar" do jornal "A Gazeta" (Vitória/ES)

clique na imagem para ampliar




segunda-feira, 6 de maio de 2013

Traduzindo: uma página dos diários de Allen Ginsberg

clique no texto para ler







texto em inglês extraído de
CARPENTER, Teresa (org.) New York diaries: 1609 to 2009. New York: Modern Library, 2012.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


Simone de Beauvoir, diário, 26/01/1947
in: "New York Diaries: 1609 to 2009",
org. Teresa Carpenter (Modern Library Paperbacks, 2012)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013



Só o som sob os homens (2013)
EP produzido por Heitor Dantas entre setembro de 2008 e outubro de 2009 no Estúdio Menasnota (Salvador/BA). 

"Barata", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 

"Somos som", poema de Wladimir Cazé e Heitor Dantas sonorizado por Heitor Dantas 
"Caracol", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Gumes de sal e de luz", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Valsa", poema de Wladimir Cazé sonorizado por Heitor Dantas 
"Mãe café", poema de Wladimir Cazé e Heitor Dantas sonorizado por Heitor Dantas 

"Gumes de sal e de luz" pertence ao livro Microafetos, de Wladimir Cazé (Edições K, 2005)
"Barata", "Caracol" e "Valsa" pertencem ao livro Macromundo, de Wladimir Cazé (Confraria do
Vento, 2010)

vetorica@gmail.com

sábado, 29 de dezembro de 2012

"Andrógina, mestiça-city, dengosa, faceira no primeiro momento, pegajosa, porém puta e ladra. Bichona-city, desmunhecada. (...) Vou alinhavando esta trama pelos veios da Soterópolis pra ter algo parecido a sentido (...). Zarpo num coletivo que veloz atravessa a urbe-labirinto que é inferno mais ou menos controlado; cidade a inchar não convulsa de todo ainda, metal-flux a dar contorno ao cimento armado que cresce em suas encostas, baldios, supersubúrbios; cidade banhuda, que com esta paisagem fálica fica com ares de asséptica, higienizada. O tráfego em sua sístole-diátole termina o Corredor da Vitória, deslizo pela ladeira da Barra, inicia o Porto e a Orla se desfralda. (...) Curva na ponta do continente, no Farol, seguindo pela beira, praias, praias, duma ponta a outra, seus fedores marinhos."

João Filho, "Ao longo da linha amarela" (P55 Edições, 2009, ps. 18-19)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"A partir daquele ponto pude entender o real sentido da expressão fim de mundo. Atravessar aquela fronteira entre o mundo real e aquela zona do crepúsculo era entrar em uma região apocalíptica onde as pessoas tinham sido substituídas por sombras. Tudo pelo caminho permanecia abandonado e quieto. A floresta invadia o asfalto e tornava-se cada vez mais difícil andar em alta velocidade. À beira da estrada, os vilarejos em ruínas, as choupanas sem teto serviam de viveiro para espécies vegetais. Dava dó ver casas com portas abertas e quintais vazios, barcos semi-submersos na água ferruginosa do lago ou enormes construções e complexos industriais largados ao acaso, espaços em branco na vida de alguém que passou muito tempo a construí-los." (ps. 195)

"Seguimos por um bosque entre os prédios – as árvores ali já tomavam quase tudo, como se a cidade já não fosse cidade, mas floresta – e, ainda assim, cidade. (...) Do terraço pudemos avistar a cidade-floresta estender-se frondosa. Era primavera e as árvores floriam entre os edifícios com seus genes defeituosos." (ps. 201-202)

"Nada era casa, pois nada era centro – mas sempre margem, da qual estávamos sempre partindo." (p. 207)

Márcio-André, Ensaios radioativos, Confraria do Vento, 2007 (Livro "Ensaios radioativos" em PDF)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Em “Ocidente”, de Nilson Galvão, temos poesia praticada com afinco, cavada no cotidiano e cultivada em versos que acolhem fricções permanentes entre ideias, sensações e a voz que as escreve. São poemas sem divisões estróficas, como se, com essa opção, o poeta buscasse intensificar o efeito de suas associações bruscas de imagens, por meio de uma ligação icônica entre elas (procedimento já anunciado no texto de abertura, “Buñuel”, p. 3). Com uma espécie de gestualismo estilístico, que enfeixa fluência coloquial e leve experimentalismo, o poeta trafega entre episódios domésticos e referências cinematográficas e literárias (Cortázar; os personagens clássicos Bartleby, Quixote e Ulisses; Pessoa – que inspira “À beira do Tejo”, p. 12). Transparece ao longo da leitura uma concepção de poesia como evento que provoca um “furo no cotidiano” (p. 36), como em “Acidente doméstico” (p. 9) e “Milagres” (p. 38), dois dos melhores textos do pequeno volume em forma de envelope da coleção Cartas Bahianas. Alguns desses (e vários outros) textos de Galvão podem ser lidos no blog Blag.

Texto publicado em Verbo 21 (ano 13, nº 161, dez. 2012).


Três poemas do livro:



GUIA DE VIAGENS



A fé conduziu
Dante.
O ácido, Huxley.
Vai-se, de um jeito
ou de outro, ao inferno
e ao céu.

(“Ocidente”, Nilson Galvão, p. 13)



COMO QUEIRAM



Como queiram
os deuses, e como
não queiram.
A um só tempo,
o tempo todo.

(“Ocidente”, Nilson Galvão, p. 13)



CARO EINSTEIN



Deus não joga
dados, joga dardos,
tão profusos quanto
raios de sol rajadas
de vento. A ricochetear
nas paredes da casa:
dardos cujos alvos
mudam sem parar.

(“Ocidente”, Nilson Galvão, p. 47)



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

sábado, 15 de setembro de 2012

SEAGULL / GABBIANO / GAVIOTA / GAIVOTA: traduções de um poema


SEAGULL 

Though it flies over
avenues and beaches
of several cities
crossing valleys
far away
and returns to sea only by nightfall,
maps are all
the joyful seagull sees
.

Traslated by Patrick Brock



GABBIANO


Nonostante voli 
su corsi e piazze 
di tante città,
attraversi valli
situati distanti
e solo ritorni al mare la notte, 
il gabbiano goliardo
vede soltanto mappe.


Di Wladimir Cazé
Tradotto in italiano da Thais Bonini


GAIVOTA

Embora sobrevoe
avenidas e praias
de várias cidades,
atravesse vales
situados longe 
e só volte ao mar à noite,
a gaivota gaiata
avista apenas mapas.


Wladimir Cazé          

                      

                                       







GAVIOTA

Aunque ella vuele
por calles y playas
de tantas ciudades,
travese los valles
muy lejos de aquí
y vuelva al mar solo a la noche,
gaviota chistosa
ve solo los mapas.


Versión en español por Guilherme Darisbo 

http://www.darisbo.blogspot.com.br/




GAVIOTA 

A pesar de sobrevolar 
avenidas y playas 
de varias ciudades, 
atravesar valles 
situados lejos 
y sólo volver al mar a la noche, 
la gaviota payasa 
apenas avista mapas.


Versión en español por Antonio Carlos de Oliveira Barreto y Paula Ruth

http://barretocordel.wordpress.com/sobre-mim/




Traduções visuais: Iansã Negrão
http://www.flickr.com/people/iansa/



O poema "Gaivota" foi originalmente publicado no livro "Microafetos" (Edições K, 2005)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012


"(...) uma cidade suspensa nos ramos mais altos (...), com suas fundações dependuradas como raízes aéreas de certas plantas que crescem por cima de outras." (ps. 81-82)

"Não é longe da metrópole iluminada que a floresta estende as suas sombras, mas dentro dela (...)" (p. 107)

Italo Calvino, "O castelo dos destinos cruzados", tradução de Ivo Barroso, Companhia das Letras, 1993

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

matéria que escrevi para o informativo cultural "Entreato", nº 3 (setembro de 2012), que começa a circular na Grande Vitória nos próximos dias:




Clique no texto-imagem para melhor visualização
 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


"(...) uma imagem que se sobrepõe a outra, o quadriculado do mapa da cidade com sua constelação de cruzinhas e setas (...)" (p. 167)

"Continuo meu passeio pela avenida, que agora já não se distingue mais da imensa planície deserta e gelada. A perder de vista não há mais paredes, nem tampouco montanhas ou colinas; nem sequer um rio, um lago, um mar; nada exceto uma extensão achatada e cinzenta (...). Assim, cá estou percorrendo esta superfície vazia que é o mundo. (...) Foi há poucos segundos, ou já faz muitos séculos, que tudo cessou de existir? Ja perdi a noção do tempo." (ps. 251-2)

Italo Calvino, "Se um viajante numa noite de inverno", tradução de Nilson Moulin, Companhia das Letras, 2006.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Nós percorremos enormes distâncias para contemplar as ruínas de antigas civilizações, mas onde estão as ruínas contemporâneas? Onde estão sendo criadas as ruínas no mundo de hoje? Onde ficam as antigas grandes cidades que agora estão sendo gradualmente abandonadas em uma lenta decadência, deixando sinais do que as futuras gerações irão escavar e encontrar daqui a mil anos?" (ps. 34-35)

"(...) era um lugar diferente, muito diferente de todas as florestas que eu já tinha visto. Nenhuma das árvores era reta; elas eram tortas, retorcidas e pareciam ter levado vidas muito interessantes. O chão da floresta era pontilhado por enormes troncos apodrecidos - corpos deformados, ancestrais dos gigantes que ainda estavam de pé." (p. 58)

"As pinturas e desenhos nas cavernas são um palimpsesto: cada geração parece ter o mais completo desrespeito pelo trabalho de seus predecessores. Eles pintam e desenham diretamente sobre o trabalho anterior, sem se preocupar em liberar uma área ou encontrar uma superfície de pedra que não tenha sido desenhada." (p. 207)

(David Byrne, "Diários de bicicleta", tradução de Otávio Albuquerque, Anna Lim e Fabiana de Carvalho, Amarilys, 2010)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Em Nova York, onde vivi quase um ano, a maior coisa que vi foi 'una gota de sangre de pato bajo las multiplicaciones'. No ano que estive lá saíra o livro de Lorca Poeta en Nueva York. Comprei o livro e lá encontrei esse verso da gota de sangue de pato. Madrugada de boemia, o poeta, sob arranha-céus, vira, no asfalto, a gota. Era uma coisa ínfima, mas que cresceu em sua emoção aquela madrugada. Seria a coisa mais infinita para o poeta naquela hora. Por toda a minha temporada naquela cidade, a mim me pareceu também a coisa mais soberba." (p. 62)


Manoel de Barros, "Encontros", organização Adalberto Müller, Azougue, 2011)

"Em Nova York fui estudar cinema e artes plásticas. Aproveitei para fazer coisa nenhuma. Andei à toa pelas ruas, roçando nas paredes, me sentindo um verminho no meio de tantos arranha-céus. Essa de sentir-se ínfimo é típica de pessoas sem rumo. E eu era sem rumo. Flanei por ruas. Andei de mar, de rio e de a pé. Estava bem protegido pelo abandono. Pude ver formas, cores e pentelhos. (...) Voltei para casa tranquilo." (p. 101)


quinta-feira, 26 de julho de 2012


Impressões do escritor e jornalista espanhol Julio Camba (1882-1962) em sua segunda viagem aos Estados Unidos (1929-30). Extraído da página 57 do recém-lançado
"
Realidade em perspectivas: artigos de Julio Camba sobre a Espanha da primeira metade
do século XX", de Edna Parra Candido (Opção Editora, 2012)

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Traduzindo: Roger Wolfe

O Grav - Grupo de Estudos Audiovisuais, projeto de extensão do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), iniciou no mês passado um quadro sobre cinema e televisão no programa "#Tardes Infinitas", da rádio Universitária/Vitória (104.7 FM). O programa do dia último dia 2 de julho foi sobre Rainer Werner Fassbinder. Ao final do programa, o integrante do grupo Flávio Bastos recitou "Os olhos de Fassbinder”, poema do espanhol de origem inglesa Roger Wolfe, numa tradução que fiz a pedido do Grav. Abaixo, o texto original do poema, juntamente com minha tradução (que já passou por algumas alterações em relação ao texto lido na rádio).

A propósito: em breve publicarei neste blog outros poemas de Wolfe que acabei traduzindo depois. Também pretendo publicar por aqui poemas de hispanoamericanos que venho traduzindo na surdina, como um triplo exercício: no idioma espanhol, na escrita poética e no ofício tradutório. 

Para ouvir o programa na íntegra (a tradução do poema encontra-se a partir de 18'):

GRAV no Tardes Infinitas 2 - Rainer Werner Fassbinder

LOS OJOS DE FASSBINDER

poema de Roger Wolfe
del poemario Arde Babilonia, Visor editorial, España, 1994
Tus ojos exhaustos, Rainer, de la vida
- cuyo color ignoro o no recuerdo -
ese mostacho,
la barba rala,
el rostro tierno, tumefacto,
por el tiempo malo y sus desmanes,
me contemplan desde esa foto en blanco y negro,
y debajo la leyenda
en un idioma
que habló mi bisabuelo:
Dichter
Schauspieler
Filmemacher
.
Poeta de la polla y de la mierda,
monstruo, vándalo, arcángel, niño
de mirada incrédula y pasmada,
fantasma encharcado de alcohol
y de heroína,
amado padre, hermano, ramera, maricona,
todos
nos llamamos
como tú.
OS OLHOS DE FASSBINDER
Tradução: Wladimir Cazé
Seus olhos exaustos da vida, Rainer
- olhos cuja cor ignoro ou não recordo -
esse bigode,
a barba rala,
o rosto terno, inchado
pelo tempo ruim e por seus desenganos
me contemplam desde esta foto em preto e branco
e embaixo a legenda
num idioma
que meu bisavô falava:
Dichter 
Schauspieler 
Filmemacher 
Poeta da pica e da merda,
monstro, vândalo, arcanjo, menino
de olhar incrédulo e pasmo,
fantasma encharcado de álcool
e de heroína,
amado pai, irmão, prostituta, bichona,
todos
temos o mesmo nome
que você.

domingo, 22 de julho de 2012


"Quando nós saímos de nosso interior (...), de cultura oral, nós saímos de um mundo pré-gutemberguiano. E chegamos aqui, (...) e encontramos um mundo que começava a ser pós-gutemberguiano, onde já se podia prescindir do alfabeto por causa do mundo da telemática, da televisão, do cartaz, de outras linguagens que não era a linguagem escrita. Então nós (...) demos um salto na história de 600 anos e viemos cair nesse mundo." (p. 55)

Tom Zé, entrevista a Isabela Larangeira, 1990, publicada em "Tom Zé - Encontros", organização Heyk Pimenta, Azougue, 2011)

"Quando cheguei aqui tava um calor, era 11 de agosto de 1965, um calor! Me levaram à praça Roosevelt, que não tinha nada, era só calçamento e saía aquele negócio assim que entortava a visão, sabe como é? Parecia o Nordeste, a praça Roosevelt!" (p. 135)

Tom Zé, entrevista à revista "Caros amigos", 1999, publicada em "Tom Zé - Encontros", id., ibid.)

Local da praça Roosevelt, anos 1960
Crédito da foto: aqui

Início das obras de construção da praça Roosevelt, fevereiro de 1968
Crédito da foto: 
aqui


Obras de construção da praça Roosevelt, julho de 1968
Crédito da foto: aqui
Inauguração da praça Roosevelt, 25 de janeiro de 1970
Crédito da foto: aqui


Vista vertical mostrando trecho da Ligação Leste-Oeste sob a Praça Roosevelt
Crédito da foto: 
aqui

População na praça
Crédito da foto: 
aqui

Degradação da praça
Crédito da foto: 
aqui

Novamente em obras, 2012
Crédito da foto: aqui
 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Leitura na UFES

Neste sábado, 9 de junho, às 20h, a programação do XIV Encontro Regional de Estudantes de Letras do Sudeste inclui um recital do qual participarei - com poemas dos livros "Microafetos" (2005) e "Macromundo" (2010) -, juntamente com os poetas Marconi Fonseca e Marcos Ramos.




Data: 09/06/2012
Horário: 20h
Local: IC-2 - Campus da Universidade Federal do Espírito Santo/UFES - Vitória (ES)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Macromundo" em FLORIANÓPOLIS !

Hoje (quinta, 30 de maio) à noite (19h), apresentarei "Macromundo" em Florianópolis (Santa Catarina), no Hall do Centro Integrado de Cultura (CIC). Quem comparecer vai ganhar o cordel "A filha do imperador que foi morta em Petrolina". E quem comprar "Macromundo" (R$ 20,00) vai levar de quebra o cordel "ABC do Carnaval".
Meus agradecimentos aos poetas Vinícius Alves e Marco Vasques, pela acolhida imediata e generosa à ideia do lançamento do livro na capital catarinense.
Local: Hall do CIC - Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica
Horário: 19h
Informações: (48) 3953-2301 / 3953-2300

segunda-feira, 5 de março de 2012

8 de março, às 18h: Sarau na Ufes

Nesta quinta-feira, 8 de março, às 18h, acontece um sarau literário, com entrada gratuita, promovido pelo grupo Cronópio, no prédio Cemuni I, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A programação inclui exibição de vídeo-literaturas, a exposição fotográfica “Sim”, de Thalita Covre, e leitura de textos por Aline Yasmin,
Fernanda Tatagiba, Jamile Ghill, Margareth Galvão, Saulo Ribeiro e Wladimir Cazé.

O Cronópio é um grupo de discussão e produção literária ligado ao Departamento de Comunicação da Ufes, sob a orientação do professor Erly Vieira Jr.

Noite Cultural com Sarau do Cronópio
Local: Cemuni I, Ufes, campus de Goiabeiras (em frente à agência da Caixa Econômica Federal da Ufes)
Quando: dia 8 de março, às 18h
Entrada gratuita.

Fanpage do Cronópio: http://www.facebook.com/cronopioufes

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

‎"Aurora", de Carlos Drummond de Andrade



‎"Aurora", poema de Carlos Drummond de Andrade (do livro "Brejo das Almas", 1934)

Texto do poema: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/carlos-drumond/aurora.php

Câmera e som: João Mauro Uchôa

Leitura: Wladimir Cazé