quarta-feira, 22 de junho de 2011

Aí embaixo vai, em 2 links, o áudio do programa "Vice Verso" da rádio Universitária de Vitória/Espírito Santo com minha participação, na qual falei sobre o trabalho de alguns poetas brasileiros que vêm produzindo poesia sonora na atualidade. Infelizmente, a dinâmica típica de um programa radiofônico não permtiu que fosse apresentada na íntegra a (já em si precária) “pequena antologia de poesia sonora brasileira em 2011” que tentei organizar, tendo ficado de fora o poema sonoro inédito “Joia”, de Marcio-André , e a gravação do poema “Pessoa ruim”, de Ricardo Corona. Entre canções e bate-papos, eu e os apresentadores Jamille Ghil e Italo Galiza ouvimos trabalhos (links abaixo) de Marcelo Sahea, Ricardo Domeneck e Wilmar Silva.



Parte 1 - Programa “Vice Verso” de quarta-feira, 22 de junho de 2011
(clique para abrir o áudio)

Parte 2 - Programa “Vice Verso” de quarta-feira, 22 de junho de 2011
(clique para abrir o áudio)


Apresento a seguir as 3 faixas (2 delas com vídeo) que selecionei e foram ao ar. De quebra, segue também um poema sonoro-visual de Ricardo Aleixo, poeta indispensável em qualquer levantamento da produção brasileira nesse campo.


"Mula"

"Mula" (2007)
Texto: Ricardo Domeneck
Som & voz: Tetine
Video by Eugen Braeunig
Ano de produção: 2007



" Invasor "

"Invasor" (2011)
Poema e imagens: Marcelo Sahea





"Musicacha I" (clique no título do poema para ouvi-lo)
Poema e voz: Wilmar Silva
Música: Gilberto Mauro
Ano de produção: 2005-2009







Real irreal from ricardo aleixo on Vimeo.

"Real irreal" (2008)
Videopoema: Ricardo Aleixo




domingo, 19 de junho de 2011

"Era um andarilho. Por meio dele era possível entender alguma coisa sobre a vida errante (...). A comunidade (...) do deserto era um posto de passagem; ajudara-o a transpor uma parte de sua vida. E sem dúvida (...) havia muitos outros iguais a ele, andarilhos, levando a vida por etapas, conforme ela se apresentasse."

V. S. Naipaul, "Entre os fiéis - Irã, Paquistão, Malásia, Indonésia - 1981", tradução de Cid Knipel Moreira, Companhia das Letras, 2001, p. 195.

"Tornara-se uma espécie de homem errante. Agora, encontrava consolo em terras despovoadas. O país, pelo menos, lhe oferecia isso; havia vastas extensões de deserto e montanha onde um homem podia ter a sensação de que ninguém jamais estivera ali."

V. S. Naipaul, "Além da fé - Indonésia, Irã, Paquistão, Malásia - 1998", tradução de Rubens Figueredo, Companhia das Letras, 2001, ps. 422-423.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

NEOLÍTICO

pendor por fendas,
por onde perdas;

propensão, pertença
a quebras, a quedas,

pulsões em disputa,
tendência a atos atônitos

de ciência e sonho,
constância no caos

(espaço de dissipação
apto a acidentes,

omissão de apoio,
crua corrupção).





(poema até há pouco tempo inédito, agora publicado, ao lado d'"O poema inacabado", na coletânea “O melhor da festa volume 3” (Casa Verde, 264 páginas), que recebi pelo correio esta semana; semaninha tumultuada, de modo que nem tive tempo de iniciar a leitura do volume, apenas de apreciar a bela capa criada por Márcio-André e de gozar da emoção de ver uma amostra de meu trabalho enfeixada junto com textos de autores que admiro de longa data (João Gilberto Noll, Antonio Cicero), figuras que são referência em seus campos de atuação (Douglas Diegues, Ronald Augusto, Henrique Rodrigues), jovens poetas que têm se destacado por sua produção (Everton Behenck, Marcelo Sahea) e, principalmente, dois grandes amigos (Lima Trindade, Sandro Ornellas).

terça-feira, 10 de maio de 2011

A edição 2011 do "Guia do Ócio" (versão Salvador) pediu a várias figuras locais e de fora dicas sobre o que ver e fazer na capital baiana. Entre botecos, festas, restaurantes, museus e atrações turísticas, coube-me recomendar atrações no campo literário.

Em minha pequena participação, citei livrarias particularmente especiais para mim, lugares que eu frequentava toda semana quando morava lá.

O "Guia do Ócio" tem 234 páginas, custa R$14,90 e pode ser encontrado em livrarias, bancas de revistas, hotéis e lojas de conveniências de Salvador - além de estar à venda pela internet.

domingo, 8 de maio de 2011

"(...) a relação entre espaço e tempo, tal como a percebemos ao viajar, tem (...) algo de ilusionista e ilusório, razão pela qual sempre que voltamos de viagem nunca sabemos com certeza se de fato estivemos fora." (W. G. Sebald, "Austerlitz", tradução de José Marcos Macedo, Companhia das Letras, 2008, p. 16)

"Mesmo em uma metrópole regida pelo tempo (...) é possível (...) estar fora do tempo (...)" (id., ibid., p. 103)

"(...) eu costumava sonhar com uma terra sem nome nem fronteiras, totalmente coberta de florestas escuras, que eu tinha de atravessar sem saber para onde." (id., ibid., p. 219-220)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Começa hoje em Porto Alegre a 4ª edição da FestiPOA - Festival Literário de Porto Alegre, que vai até 8 de maio, com vasta programação de painéis, debates, saraus, oficinas, exposições, espetáculos, lançamentos de livros, sessões de autógrafos e shows, em vários endereços da cidade.

No sábado, 7 de maio
, acontece o lançamento da coletânea “O melhor da festa volume três” (Casa Verde, 264 páginas, R$ 25,00), que reúne poemas, contos, crônicas, cartuns e tiras inéditas de 71 autores, entre participantes da 3ª edição do evento (em abril de 2010) e outros que estão na FestiPOA 2011. A sessão de autógrafos ocorre a partir das 21h, na Casa de Teatro - Rua Garibaldi, 853, Independência, tel.: (51) 3029-9292.

Mandei para os editores dois textos, "O poema inacabado" (já publicado neste blog há alguns meses) e outro poema inédito (que postarei aqui em breve). Como meu exemplar ainda não chegou, não sei qual dos dois foi escolhido para o livro, ou se ambos estão nele.

Lista completa de participantes da coletânea "O melhor da festa volume três": Adão Iturrusgarai, Ademir Assunção, Alexandre Rodrigues, Altair Martins, Amilcar Bettega, Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Antônio Xerxenesky, Andréia Laimer, Augusto Paim, Bárbara Lia, Carlos André Moreira, Cardoso, Carlos Gerbase, Carlos Pessoa Rosa, Cássio Pantaleoni, Claudia Tajes, Cristian De Nápoli, Daniel Weller, Diego Petrarca, Douglas Diegues, E. M. de Melo e Castro, Everton Behenck, Flávio Wild, Guilherme Orosco, Guto Leite, Henrique Rodrigues, Henrique Schneider, Horacio Fiebelkorn, Jacob Klintowitz, Jeferson Tenório, João Gilberto Noll, Jorge Fróes, Laerte, Laís Chaffe, Leandro Dóro, Liana Timm, Lima Trindade, Lúcia Rosa, Luciana Thomé, Luís Dill, Luís Serguilha, Luiz Paulo Faccioli, Marcelo Spalding, Márcia Denser, Maria Rezende, Marcelo Sahea, Marlon de Almeida, Monique Revillion, Nei Lopes, Nelson de Oliveira, Nicolas Behr, Olavo Amaral, Paulo Ribeiro, Pena Cabreira, Ramon Mello, Reginaldo Pujol Filho, Reynaldo Bessa, Ricardo Silvestrin, Rodrigo Bittencourt, Rodrigo dMart, Rodrigo Rosp, Ronald Augusto, Sandro Ornellas, Sergio Faraco, Simone Campos, Tailor Diniz, Virna Teixeira, Wilmar Silva, Wladimir Cazé, Xico Sá.

Nota complementar: Em 2009, publiquei na revista eletrônica Verbo 21 uma resenha sobre o primeiro volume da série "O melhor da festa" (Nova Roma, 2009). O link para o texto está aqui.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

A ilha de Vitória na escrita noir de Saulo Ribeiro

“(...) no trânsito parado as pessoas lembram de tudo o que gostariam de esquecer. Daí o desespero cotidiano nas grandes metrópoles. Ele não é motivado pela velocidade, mas pela lentidão que nos permite ver e lembrar um mundo que tem perdido a graça e cujas qualidades residem nas possibilidades de fuga consentidas (...)”

(Saulo Ribeiro, “Ponto morto”, ps. 78-79)

A ilha de Vitória que aparece nos dois livros solo de Saulo Ribeiro – “Diana no Natal” (contos, Ed. Cousa) e “Ponto morto” (novela, Secult/ES), ambos lançados no último trimestre de 2010 – é um lugar sombrio, povoado por figuras marginalizadas e onde “condutas tipificadas pela lei como crimes” (“Ponto morto”, p. 15) estão sempre prestes a eclodir. Os narradores-personagens masculinos dos contos e da novela compartilham uma continuidade psicológica e discursiva que lhes permite ser abordados, neste breve comentário sobre o trabalho do escritor capixaba, como um só narrador-personagem: Luca Bandit, advogado de porta de cadeia autodefinido como “um machistazinho adorável” (“Diana...”, p. 39), “de índole vagabunda e personalidade contraventora” (“Diana...”, p. 56), “criado em meio ao coronelismo tardio do norte capixaba” (“Diana...”, p. 39).

Os contos curtos de “Diana...” montam um pequeno painel noir de Vitória, com a escolha do centro antigo como cenário quase exclusivo, a caracterização de uma cidade invariavelmente chuvosa e histórias que transcorrem à noite – quando pouco se enxerga além dos “guindastes do porto vistos por uma fresta entre dois prédios” (p. 66). É significativo que as capas dos dois livros são pretas e trazem cenas de chuva. A atmosfera noir da escrita de Saulo Ribeiro fica evidente logo no primeiro texto de “Diana...”: “Eu me sentia bem no escuro e patético na luz, invariavelmente" (p. 18).

Só no último texto do livro (“Tardes de píer”) a perspectiva tem uma ligeira mudança e o olhar, antes confinado ao ambiente opressivo da ilha, se volta para fora dela, buscando vislumbrar o horizonte e o mar. Se a noite se faz bastante presente nas páginas de “Diana...”, nesta página (p. 75) o narrador-personagem fala numa “manhã de estrada, ensaio de viagem” e diz que “O sol queria fazer sentido”.

Em “Ponto morto” esse olhar para fora de Vitória é ampliado à medida que o narrador-personagem circula por uma maior variedade de espaços: ele percorre a região metropolitana, no entorno da capital (Serra, Vila Velha, Cariacica, Guarapari), e, inversamente, se entranha de modo mais profundo à ilha, em incursões a comunidades dos morros e à “Baía Noroeste”. Um traço marcante em ambos os livros é o fato de que o observador que apreende a paisagem urbana está constantemente em movimento: a bordo de um carro, em caminhadas a pé pelas ruas ou em giros a esmo numa motocicleta em alta velocidade – comportamento à beira do autodestrutivo, que exprime, em grau máximo, a “vontade de partir” (“Ponto morto”, p. 93) de uma cidade onde os engarrafamentos ganham proporções gigantescas e até “os bichos (...) estão enlouquecendo” ("Ponto morto", p. 39).

Tal desejo de evasão do caos urbano é às vezes apenas sugerido e em outros momentos manifestado de maneira explícita, sendo direcionado tanto a um retorno impossível ao interior do Espírito Santo – na direção do centro originário da história pessoal de Luca Bandit ("Eu nunca deveria ter saído da roça e trocado tudo pelo sentimento portuário, essa é a verdade", p. 55 de "Ponto morto") –, quanto, centrifugamente, dirigindo-se a outros paradeiros possíveis (dos quais o mar e o porto de Vitória são símbolos recorrentes, concretizados, afinal, na megametrópole portuária terceiromundista para onde o personagem decide viajar no desfecho da novela).

O texto integral de “Diana no Natal” está disponível para leitura neste link (ou abaixo). Para adquirir as versões impressas de “Diana no Natal” e “Ponto morto”,
entre em contato com Saulo Ribeiro ou com a Ed. Cousa
.


terça-feira, 19 de abril de 2011

"Um número notavelmente elevado de nossas povoações está voltado para o oeste e, onde as circunstâncias permitem, deslocam-se nessa mesma direção. O leste equivale a ausência de perspectiva. Sobretudo na época da colonização do continente americano, era de notar como as cidades se desdobravam para o oeste enquanto seus próprios distritos orientais se reduziam a ruínas. No Brasil, até hoje províncias inteiras se extinguem como fogo quando a terra se esgota por excesso de cultivo e novas áreas a oeste são abertas. (...) nesse eixo se polarizam infalivelmente bem-estar e miséria."

W. G. Sebald, in: "Os anéis de Saturno - Uma peregrinação inglesa", tradução de José Marcos Macedo. Companhia das Letras, p. 161

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não sei se não tenho nada a dizer, sei que não digo nada; não sei se o que teria a dizer não é dito por ser indizível (o indizível não está escondido na escrita, é aquilo que muito antes a desencadeou); sei que o que digo é branco, é neutro, é signo de uma vez por todas de um aniquilamento de uma vez por todas.”

(Georges Perec, “W ou a memória da infância”, tradução de Paulo Neves, Companhia das Letras, 1995, p. 54)


Perec desenvolve em “W ou a memória da infância” (lançado em 1975) uma experiência textual de entrelaçamento de suas lembranças de infância (na França ocupada da II Guerra) e duas narrativas ficcionais remotamente interrelacionadas (uma das quais, a segunda, é a reconstituição de uma história escrita pelo autor aos 13 anos, depois perdida e quase esquecida, e que trata, com verve alegórico-fantástica, de uma “sociedade preocupada apenas com o esporte, numa ilhota da Terra do Fogo”, p. 14). A composição heteróclita de “W” aponta para uma reflexão sobre os vazios e as lacunas deixados pelo tempo na memória individual e que são preenchidos pelo imaginário na elaboração de nossa história pessoal – aspecto do livro destacado pelas inúmeras notas (com correções, emendas e acréscimos) justapostas pelo próprio autor ao relato de sua infância e da separação e perda dos pais (o pai, aos quatro anos; a mãe, aos seis). A essa reinvenção da memória pela escritura corresponde, no plano estritamente ficcional da obra, o procedimento da súbita interrupção do “romance de aventuras” da primeira parte (narrado por um homem que adota o passaporte e a identidade de outro, após ter desertado do exército durante uma guerra), que “começa contando uma história e, de repente, se lança numa outra”, numa “fratura que suspende a narrativa em torno de não se sabe qual expectativa” (como indica Perec na nota sem título que abre o volume).

Agradeço a descoberta desse livro a Mayrant Gallo, fonte infalível de boas sugestões de leitura



segunda-feira, 14 de março de 2011

"Ele via a cidade toda, lá de cima (Um dia eu vim para cá, conquistar o mundo. Mas eu não sabia o que queria, e ainda não sei, estou em experiência)." (Ignácio de Loyola Brandão, “Zero”, Codecri, 6ª edição, 1979, p. 159)

José fica parado. Andar, ou ficar parado: é a mesma coisa. Ele olha e não vê nada. É como se estivesse em cima de uma folha de papel que cobrisse o mundo. Aqui nada de novo.” (id., ibid., p. 272)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Al lado del Cerro — aunque ese Cerro no tenía lado, se llegaba de golpe y nunca se sabía bien si ya se estaba o no, entonces más bien cerca del Cerro —, en un barrio de casas bajas (...)"
Julio Cortázar, "Rayuela", capítulo 48

"O Cerro me impressionou mais que os Alpes, mais que as Rocky Mountains; porque, claro, eu vinha daqui, de Buenos Aires, uma cidade construída na planície. (...) E então o Cerro me impressionou mais que o Mont Blanc, por exemplo. E se eu chego a ver o Himalaia, (...) me impressionaria menos que o Cerro, já que foi minha primeira montanha."
Jorge Luis Borges, "Sobre a filosofia e outros diálogos" (Hedra, 2009, p. 209)

Foto anônima extraída do verbete Cerro de Montevideo (Wikipedia)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"(...) Uruguay es el único país americano hispanoparlante cuya fiesta nacional celebra la Declaratoria de la Independencia del 'Rey de Portugal y del Emperador de Brasil'." (p. 160)

"Em 1822, tras el Grito del Ipiranga, que consagra la independencia de Brasil y la creación del Imperio, todo el interior de la Provincia adhiere al flamante emperador Pedro I, mientras Montevideo mantiene, por un año más su fidelidad al rey de Portugal. Em 1823, finalmente Montevideo también adhiere al Imperio de Brasil, con lo que finaliza el imperio portugués en el hemisferio occidental." (p. 161)

Oscar A. Bottinelli, "La inserción internacional del Uruguay", in: "VI Curso para Diplomatas Sul-Americanos" (Brasília: FUNAG, 2010)

domingo, 2 de janeiro de 2011

"Havia cidades demais no mundo e todas elas pareciam interessantes. Todas eram adoráveis, não apenas por suas qualidades específicas, mas também por suas características banais. Se fosse possível dedicar a cada uma delas uma vida inteira... (...) Mas eu só tinha uma vida pra viver, e o dinheiro que tinha também era pouco. Quanto mais eu rodasse por aí, menos tempo permaneceria viajando. Diante desse quadro, tive que escolher um lugar. Escolhi Buenos Aires." (ps. 59-60)

"(...) não dava pra guardar a cidade inteira na memória - não pelo tempo que eu precisava. Por isso eu tinha desistido de eleger qualquer um daqueles lugares. O que sobrasse era suficiente (...)" (p. 55)

Fabrício Corsaletti, "Golpe de ar", Ed. 34, 2009

sábado, 25 de dezembro de 2010

"todas as cidades começaram sendo campo. (...) uma cidade não começa sendo uma cidade, mas um terreno baldio, ou sendo o campo diretamente" (p. 40); "não existe nenhuma razão para que o universo - essa coisa tão complexa - seja compreensível (...)" (p. 137)

Jorge Luis Borges, "Sobre a filosofia e outros diálogos" (tradução de John O'Kuinghttons, Hedra, 2009)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Resenha de "Macromundo" por Henrique Rodrigues (+ bônus: resenha de "Microafetos")

O blog Prosa Online (versão eletrônica do caderno "Prosa & Verso" do jornal "O Globo") publicou hoje uma resenha de "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010) escrita pelo poeta Henrique Rodrigues. Aqui está o link direto e um printscreen da resenha (dividida em 3 telas):

1.


2.


3.


Henrique Rodrigues também publicou uma resenha sobre meu primeiro livro, "Microafetos" (Edições K, 2005), no caderno "Idéias" do "Jornal do Brasil", logo após o lançamento. Na época, o fato foi uma grata surpresa para mim, pois até então não tínhamos qualquer contato e nem ele nem eu sabíamos da existência um do outro. O texto se chama "Prosopopéia do universo"; para ler, clique aqui ou aqui:




Vale lembrar que "Macromundo" continua à venda nas seguintes livrarias e cidades: Martins Fontes Paulista (São Paulo), Livraria da Travessa (Rio de Janeiro), LDM Multicampi (Salvador), Midialouca (Salvador) e Cultura.
Ou diretamente comigo, via e-mail (wladimircaze@gmail.com),
ao preço de R$ 20,00.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Colombia, 2009

Terminou ontem o 14º Festival Internacional de Poesía en Cartagena, organizado pelo poeta Martín Salas na bela cidade caribenha de Cartagena de Indias, Colombia. Para reviver com nostalgia os dias da edição de 2009 do evento, aí vão alguns estilhaços visuais e sonoros e anotações extraídas do moleskine surrado que carreguei na viagem.

28/11/2009
Vista da janela do quarto de hotel

Cheguei num sábado a Cartagena de Indias, depois de 17 horas de viagem e pousos em quatro aeroportos (Galeão, Guarulhos, Bogotá e o destino final). (...) Com a janela do quarto de hotel aberta, posso escutar ritmos e fragmentos de melodias que não me deixam duvidar de que estou no Caribe (...).

Vista da janela do quarto de hotel

29/11/2009
As ruas do Centro Histórico estavam praticamente vazias, o que me permitiu apreciar com mais vagar a arquitetura colonial.

Um típico balcone do Centro Histórico de Cartagena

Iglesia de Santo Domingo, em Cartagena

A primeira pessoa que vi hoje na rua foi um soldado do exército, guardando a Avenida Venezuela (se realiza aqui uma conferência internacional sobre o tratado de Ottawa, que trata da proibição de minas terrestres). No camin
ho de volta ao hotel, descobri um pólo de sebos de livros usados na calle 32 (Avenida Daniel Lemaitre). São pequenas barracas de metal, pintadas de branco. (...)

Sebos de livros da Calle 32

Telefonei para Martín Salas e ele me explicou como chegar ao aeroporto de ônibus. Peguei o “Crespo” e fui encontrá-lo para recepcionarmos Antonio Barreto.

O ônibus (buseta) "Crespo"

Em seguida chegou Wilson Cardozo , do Uruguai (...). Cardozo é um tipo divertido, nascido numa cidade próxima à fronteira com o Brasil, que compreende bem o português. É formado em
letras e há quase vinte anos atua como funcionário da universidade nacional uruguaia, em cargo administrativo. Tem uma atuação larga na cultura de seu país, inclusive promovendo edições de livros e eventos de leitura de poesia com música. (...)

1º/12/2009
Houve uma reunião preliminar entre a Siembra (organização à frente do Festipoesia) e os poetas convidados, numa barraca de praia à beira do mar do Caribe.

3/12/2009
Terceiro dia de Festipoesia. Tivemos inicialmente dois encontros matinais com a imprensa local, nos quais os poetas falaram um pouco sobre seu trabalho. Os recitais se sucederam em diversos espaços, para onde os anfitriões nos conduzem de ônibus fretado, transporte público ou táxi: La
Amadora, um bairro muito pobre, como uma favela;
Martín Salas no recital para as crianças do bairro La Amadora

a Casa Bolívar, onde houve um recital na programação de um evento sobre diversidade sexual, na noite de terça-feira...

... e, hoje, uma atividade reunindo poetas e crianças que estão envolvidas com poesia; a Universidade de Cartagena e o Theatro Heredia (ontem), palco da grande noite de abertura com um longo recital em que leram poemas mais de 20 poetas, de pelo menos 12 países (Colômbia, Brasil, Venezuela, Uruguai, Costa Rica, Porto Rico, Chile, Japão, Noruega, Itália, Haiti e Romênia). Arrisquei-me a ler, num esfarrapado portuñol, cinco de meus poemas na versão em espanhol de Antonio Barreto e Paula Ruth (...).

Theatro Heredia, palco do r
ecital de abertura do Festipoesía

Cartagena é muito colorida, ensolarada, com um lindo e bem conservado casario, animado por cultura e história e infectado por tudo o que o turismo globalizado arrasta consigo.

8/12/2009
Rua do bairro La Candelaria, Centro Histórico de Bogotá

Giro desesperado por Bogotá, do setor de monumentos em torno da Plaza Bolívar até o Parque Independencia, de um lado a outro da Carrera Setima com apenas dez mil pesos no bolso da camisa (...). (...) museus fechados, por conta das festividades de abertura do mês natalino colombiano (que nos proporcionou uma chegada impactante, ontem à noite, à Candelária decorada com centenas de velitas, fogos de artifício sobre o Colpatria e Montesserrate como um presépio sobre as cabeças).



Rua do bairro La Candelaria, Centro Histórico de Bogotá

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Las campañas de Borges no son fúnebres sino introvertidas y discretas. Rodean la ciudad como una extensión que casi no tiene ni las cualidades de un paisaje; sobre todo, son la prefiguración 'natural' de lo que iba a ser Buenos Aires moderna: una extensión definida por la geometría de un horizonte invariable, lejos de todo pintoresquismo, sin variaciones topográficas, ni fuertes marcas históricas, sin momumentos, espacio vacío para los recorridos a caballo, con huellas que deben descrifrarse, indeciso entre la tierra y el río, entre el cielo y su límite en el horizonte. En la llanura está la forma de la ciudad, su destino de orilla; la pampa es la orilla lábil de la ciudad que se deshace en la llanura, una extensión sin cualidades (...)."

Beatriz Sarlo, in: "Escritos sobre literatura argentina", Buenos Aires, Siglo XXI Editores Argentina, 2007, p. 152

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Errotica" é uma exposição virtual de arte, realizada pelas galerias Fora do Tempo e BenteVi, com curadoria de Cacá Faria, Flávio Biriba, Flávio Lazarino e Larissa Ferreira. Foram selecionados 10 trabalhos (em áudio, fotografia, vídeo e outros suportes) que abordam temáticas como corpo "erótico-errante", sexualidade e desejo. Entre eles, "Barata", sonorização do meu poema de mesmo título produzida pelo compositor Heitor Dantas no âmbito de nosso projeto de poesia sonora Vetor. O poema foi inspirado na foto abaixo, de Ingrid Klinkby, e comparece, com uma ligeira modificação, no meu livro "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010). Para escutar a sonorização de "Barata", clique no Play. Para conhecer os outros trabalhos da exposição "Errotica" passe no sítio da galeria Fora do Tempo.





"Barata"
Texto e voz: Wladimir Cazé
Sonorização: Heitor Dantas
Fotografia: Ingrid Klinkby



Vale lembrar que "Macromundo" continua à venda nas seguintes livrarias e cidades: Martins Fontes Paulista (São Paulo), Livraria da Travessa (Rio de Janeiro), LDM Multicampi (Salvador), Midialouca (Salvador) e Cultura.
Ou diretamente comigo, via e-mail (wladimircaze@gmail.com),
ao preço de R$ 20,00.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"o universo (...) não sabemos se é um cosmos ou se é um caos"; "Buenos Aires invade a planície porque (...) Buenos Aires inteiro é a planície invadida (...) Um pampa com muitas casas, e com sobrados (...)."; "o passsado é plástico, e o futuro também. Por outro lado, infelizmente o presente não é (...)."
Jorge Luis Borges, "Sobre os sonhos e outros diálogos" (tradução de John O'Kuinghttons, Hedra, 2009)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

a noite nos livra de uma das maiores angústias: a prolixidade do real; quer dizer, de dia percorremos uma cidade cheia de detalhes e, à noite, altas horas, (...) percorremos uma cidade simplificada, uma cidade que tem a simplicidade de uma planície ou de um sonho.”

Jorge Luis Borges, em “Jorge Luis Borges: sete conversas com Fernando Sorrentino” (tradução de Ana Flores, Azougue, 2009)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Brasília, 21 de outubro de 2010:
Luiz Amorim (T-Bone), Lília Diniz (Maranhão), WC e Luiz Alberto Mendes (São Paulo)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Clique na imagem para ler matéria
do "Correio Braziliense" (caderno Diversão&Arte, p. 4)
de 21 de outubro

sábado, 23 de outubro de 2010

"Mulher sobre a terra" (videopoema, 2010)

Meu poema "Mulher sobre a terra", do livro "Microafetos" (2005, esgotado), ganhou uma versão sonorovisual elaborada no âmbito do projeto Vetor, que desenvolvo desde 2008, em parceria com o compositor e produtor musical Heitor Dantas. Recentemente, passamos a contar com a colaboração do designer e videomaker João Pucci, e este é nosso primeiro experimento agregando a linguagem do vídeo à pesquisa em poesia sonora que já vinha sendo feita.

"Mulher sobre a terra" (2010)
Texto: Wladimir Cazé
Argumento, roteiro e direção: Heitor Dantas
Sonorização: Heitor Dantas
Edição: Heitor Dantas & Bruna de Jesus
Finalização: João P. Pucci
Vozes: Bruna de Jesus, Vanda Teixeira & Maria Aparecida Moraes
Vea abajo "Mujer sobre la tierra",
el videopoema con subtítulos en español


Versión del poema para español por Antonio Barreto y Paula Ruth

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Macromundo" no Correio Braziliense

A edição de hoje do "Correio Braziliense" publicou uma matéria no caderno Diversão&Arte (p. 4) sobre o lançamento de "Macromundo" em Brasília (às 19h desta quinta-feira, no Açougue Cultural T-Bone, SCLN 312 Bloco B, Loja 27), com o título "O infinito e o cotidiano com gosto de cordel" (na versão digital, o título é outro). Curiosamente (pois a página é impressa em cores), a capa do livro saiu preta (e não no belo tom de verde escolhido por Márcio-André, editor e designer da Confraria do Vento):

A capa de "Macromundo" na versão preto-fosco-fanzine,
publicada no "
Correio Braziliense" de hoje

A verdadeira capa de "Macromundo", com ilustração
de Iansã Negrão e design de Márcio-André

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Portal de Poesía Iberoamericana é uma seção do latifúndio virtual do poeta Antonio Miranda voltada a aproximar o público brasileiro da poesia praticada atualmente nos países iberoamericanos. Com um vasto conteúdo, a página é uma fonte de informação e uma referência importante. Esta semana, tive o privilégio de ganhar um perfil lá - na subseção Poesia dos Brasis (link Pernambuco) e também em Poetas de A a Z -, com os poemas “O sol, como investe”, “Dois urubus” “Gaivotas 3”, “Molusco” e “Alimária” (todos do livro “Macromundo”).
A foto acima foi tirada durante a Pré-Bienal Internacional de Poesia, que ocorreu nas noites de 14 e 15 de outubro de 2010, na Biblioteca Nacional de Brasília. A programação, de alta qualidade, teve performance poeticomusical de Sids Oliveira, leituras dos poetas brasilienses Jarbas Junior, Luis Turiba e Nicolas Behr e dos convidados Roberto Bianchi (Uruguai), Milagros Terán (Nicarágua), Maria Casiraghi (Argentina) e Ana Guillot (Argentina), além de um pocket show de Zeca Baleiro (que mostrou três de suas canções com poemas de Hilda Hilst e uma com o poema de Murilo Mendes “Relatividade da mulher amada”).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Macromundo” em Brasília

Vou participar de uma noite literária no projeto Quintas Culturais do famoso Açougue Cultural T-Bone, nesta quinta-feira, dia 21 de outubro, às 19h, em Brasília (DF). A ideia é que eu fale um pouco sobre “Macromundo” e leia alguns poemas. A noite também terá o escritor paulistano Luiz Alberto Mendes (“Memórias de um sobrevivente”), o cantor e compositor Máximo Mansur e a poeta Lília Diniz, ambos de Brasília.

Data: 21/10/10
Horário: 19 horas
Local: Açougue Cultural T-Bone (SCLN 312 Bl. B Lj. 27, Brasília/DF)
Tel: (61) 3274-1665
Entrada franca

Clique na imagem abaixo para ver o convite do evento



terça-feira, 12 de outubro de 2010

4 poemas em cena


"Barata", "Valsa" e "Gaivotas 2" do livro "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010); "Gaivota" do livro "Microafetos" (Edições K, 2005)

Com Werlesson Grassi e Jamille Ghil

Filmado no campus da UFES, em Vitória/ES, em 20 de maio de 2010

Duração: 2'28''

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A 5ª edição da FLAP (evento literário alternativo que desde 2005 acontece todos os anos em São Paulo) começa nesta quinta, 7/10, e vai até segunda-feira, 11, desta vez com programação quase exclusivamente virtual.

No sábado, 9/10, às 19h, participarei do debate (via chat) "Contaminações - Literatura em tempos de imagem", juntamente com
Flávia Rocha, Martín Barea Mattos & Marcia Tíburi (((mediação de Maiara Gouveia). A proposta é conversar sobre as conexões entre as linguagens não-literárias e a produção textual contemporânea, em incursões pela arte pop, pela canção, pelo cinema e por outras formas expressivas.

Para seguir o debate e participar, acesse a
Sala de Debates no horário marcado.

A programação completa da FLAP 2010 pode ser conferida e acompanhada integralmente pelo blog do evento.

Estejam convidados a contribuir para as discussões.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Entrevista na revista "Graciano" n° 4

"Graciano" é uma publicação mensal do grupo de discussão e produção literária Cronópio, projeto de extensão do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), vinculado à RELer&Fazer (Rede de Experiências em Leitura). A proposta da revista é "lançar um olhar jovem sobre a produção literária contemporânea no Espírito Santo, através de resenhas, entrevistas, debates, publicações de textos literários" e "promover uma reflexão sobre como nossa literatura traduz as múltiplas experiências de quem vive no Espírito Santo hoje". A edição n° 4, de setembro de 2010, traz uma entrevista que o jovem Lucas Schuina fez comigo no começo de setembro, na qual falo sobre poesia, trabalho +/vs. literatura, cena cultural capixaba, projetos em andamento (ainda que esse andamento seja Larghissimo, no sentido musical do termo...) e outros assuntos. Confira no link abaixo a íntegra da entrevista (páginas 18-25), com direito a dois poemas de “Macromundo” (“Quintal”, p. 26, e “Porvir”, p. 27).


Mais links para a "Graciano":
blog
Issuu (edições anteriores)
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Macromundo” ganhou uma nota na seção Go Cultura (p. 54) da 10ª edição da revista "Go Where Bahia" (editora Denver), publicação voltada para o mercado de consumo de luxo (moda, automóveis, saúde, decoração, gastronomia, entretenimento, business, etc.). Para ler, clique na imagem acima.